Tese de Doutorado - versão final - Sistema de Bibliotecas da FGV ...
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entendi<strong>da</strong> como uma investigação <strong>de</strong> lacunas <strong>de</strong> conhecimento. Um esforço <strong>de</strong> explicitação<br />
<strong>de</strong> uma parte <strong>da</strong> ignorância organizacional que possibilite sua posterior supressão.<br />
Nesse mesmo <strong>de</strong>bate, surge o conceito <strong>de</strong> gestão <strong>da</strong> ignorância como prática<br />
complementar à gestão do conhecimento (VASCONCELOS, 2001). Essa prática<br />
envolveria a investigação <strong>da</strong> amplitu<strong>de</strong> <strong>da</strong> ignorância organizacional em <strong>de</strong>terminado<br />
âmbito, a avaliação <strong>de</strong> suas conseqüências e a formulação <strong>de</strong> estratégias para sua<br />
administração.<br />
5.3. Gestão por competências<br />
A vinculação entre conhecimento e competência, brevemente esboça<strong>da</strong> no item<br />
anterior, po<strong>de</strong> agora ser mais claramente apresenta<strong>da</strong>. O conceito mais conhecido e<br />
utilizado na prática administrativa atual é, provavelmente, o que consi<strong>de</strong>ra competência<br />
como um compósito <strong>de</strong> conhecimentos, habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s e atitu<strong>de</strong>s (CHA). Contudo, não há<br />
consenso em torno <strong>de</strong>sta ou <strong>de</strong> outras <strong>de</strong>finições. A principal objeção ao compósito CHA<br />
se refere à não garantia <strong>de</strong> resultados produzidos pela competência nessa <strong>de</strong>finição.<br />
Autores franceses, como Zarifian (2001) e Perrenoud (1999), propõem um conceito <strong>de</strong><br />
competência que tem como ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> o resultado e que se vincula diretamente ao<br />
indivíduo, e não a uma <strong>de</strong>scrição impessoal <strong>de</strong> qualificações. Perrenoud (1999:7), por<br />
exemplo, <strong>de</strong>fine competência como “uma capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> agir eficazmente em um<br />
<strong>de</strong>terminado tipo <strong>de</strong> situação, apoia<strong>da</strong> em conhecimentos, mas sem limitar-se a eles.”<br />
Uma tentativa <strong>de</strong> compatibilização <strong>da</strong>s duas correntes conceituais é o mo<strong>de</strong>lo<br />
proposto por Dutra (2004), representado na figura 5.3. Nesse mo<strong>de</strong>lo, os conhecimentos,<br />
habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s e atitu<strong>de</strong>s constituem-se em recursos <strong>de</strong> competência processados pelo<br />
trabalhador para a produção <strong>de</strong> resultados.<br />
Nessa mesma perspectiva está a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Fleury e Fleury (2000:21), que<br />
enten<strong>de</strong> competência como “um saber agir responsável e reconhecido que implica<br />
mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, que agregam valor<br />
econômico à organização e valor social ao indivíduo.”<br />
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