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Morel Queiroz da Costa Ribeiro - Mapa dos Conflitos Ambientais de ...

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inferências) foram discuti<strong>dos</strong> com base em minha experiência em ecologia <strong>de</strong> peixes e<br />

impactos <strong>de</strong> reservatórios sobre a ictiofauna” (AGOSTINHO, 2005) (grifos nossos).<br />

Observa-se, em preliminar, que a base <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>dos</strong> consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> foi exatamente a<br />

mesma utiliza<strong>da</strong> pela Feam em suas avaliações e que alguns aspectos foram discuti<strong>dos</strong> a<br />

partir <strong>de</strong> sua experiência nessas questões. Ou seja: <strong>de</strong> início, anuncia-se que será emiti<strong>da</strong><br />

uma opinião sobre os efeitos do barramento sobre a ictiofauna, não se tratando, pois, <strong>de</strong><br />

uma discussão sobre a conveniência <strong>de</strong> se edificar uma barragem no rio Paraopeba,<br />

consi<strong>de</strong>rando a magnitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses efeitos. De fato, ao iniciar a discussão no capítulo que<br />

trata <strong>dos</strong> impactos, o documento <strong>de</strong>ixa claro seus objetivos <strong>de</strong> proposição <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

mitigação ao afirmar que Um efeito inevitável <strong>de</strong> qualquer represamento sobre a ictiofauna<br />

é a alteração na composição e abundância <strong>da</strong>s espécies, com a proliferação <strong>de</strong> algumas e<br />

redução ou mesmo eliminação localiza<strong>da</strong> <strong>de</strong> outras. (AGOSTINHO, 2005).<br />

Outro registro importante contido no documento é a afirmação sobre a suficiência<br />

<strong>dos</strong> levantamentos feitos no rio Paraopeba: “Embora os levantamentos realiza<strong>dos</strong> no rio<br />

Paraopeba tenham sido mais intensos que o <strong>da</strong> maioria <strong>dos</strong> rios brasileiros e o estado do<br />

conhecimento acerca <strong>da</strong> composição <strong>de</strong> sua ictiofauna seja satisfatório, po<strong>de</strong>ndo até<br />

mesmo ser consi<strong>de</strong>rado suficiente para a atual fase <strong>de</strong> análise preliminar do<br />

empreendimento, novas informações <strong>de</strong>verão ser busca<strong>da</strong>s na etapa seguinte, fun<strong>da</strong>mentais<br />

para um correto dimensionamento do impacto <strong>da</strong>s ações antropogênicas em curso ou<br />

previstas, incluindo o represamento pretendido”. (AGOSTINHO, 2005). Nota-se que<br />

apesar <strong>de</strong> serem suficientes as informações existentes para a etapa <strong>de</strong> licença prévia – fase<br />

prevista pela legislação para se esgotar a discussão sobre a viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>dos</strong><br />

empreendimentos, o autor afirma serem necessárias novas informações para um correto<br />

dimensionamento <strong>dos</strong> impactos do represamento na etapa seguinte. Ora, se há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> maior profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> análise para se conhecer os reais impactos do projeto, não há,<br />

portanto, ain<strong>da</strong>, base técnica e científica para se afirmar a viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> UHE Retiro Baixo,<br />

o que, <strong>de</strong> fato, não faz o documento do professor Ângelo Antônio Agostinho.<br />

Outro aspecto fun<strong>da</strong>mental abor<strong>da</strong>do no parecer diz respeito às espécies endêmicas<br />

e raras registra<strong>da</strong>s para o rio Paraopeba: “Deve-se ressaltar, entretanto, que pelo fato <strong>de</strong>stas<br />

ocorrências não serem inusita<strong>da</strong>s, elas possam ser negligencia<strong>da</strong>s. Caso a espécie seja<br />

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