Morel Queiroz da Costa Ribeiro - Mapa dos Conflitos Ambientais de ...
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seguinte: os técnicos aqui sabem que quando se fecha uma barragem no primeiro e no<br />
segundo anos, às vezes até se esten<strong>de</strong>ndo ao terceiro ano, há uma cultura muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
peixes. E quando você conversa com pescadores, o pessoal mais antigo (eu convivi no meio<br />
<strong>de</strong>les), eles costumam dizer o seguinte: quando passa <strong>da</strong> água corrente para a água para<strong>da</strong><br />
o peixe fica bobo, fácil <strong>de</strong> ser capturado. Então, quando falei para colocar na água<br />
corrente (é claro que vai haver o estresse, era para evitar que o peixe fosse capturado<br />
facilmente ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>ntro do reservatório. Outro assunto levantado é com respeito a espécie<br />
exótica. De fato na represa <strong>de</strong> Três Marias existe registro <strong>de</strong> carpa capim, que consta no<br />
EIA como captura<strong>da</strong>, tilápia, bagre africano e tucunaré. Dessas espécies a que realmente<br />
tem significativa importância <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> represa, na pesca comercial, é o tucunaré. Mas ele<br />
tem o problema <strong>da</strong> sazionali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Há época em que ele é muito capturado e outras em que<br />
<strong>de</strong>saparece. Eram só esses esclarecimentos.” Ísis Rodrigues Carvalho, bióloga, ex-presi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>da</strong> Câmara <strong>de</strong> Proteção à Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>: “Com relação à manifestação <strong>da</strong> doutora Regina,<br />
me preocupa mais ain<strong>da</strong> a ausência <strong>de</strong> uma pessoa responsável do IEF para elaborar o<br />
documento, que <strong>de</strong>veria ter sido <strong>de</strong> manifestação prévia quanto à intervenção na área do<br />
empreendimento. Ao que me parece a manifestação foi só pela viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />
empreendimento, o que não é o papel do IEF. Eu também fiquei sem saber <strong>da</strong> intervenção<br />
<strong>da</strong> diretoria <strong>de</strong> Pesca e Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, que dá suporte à Câmara <strong>de</strong> Proteção á<br />
Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, que acho que seria pru<strong>de</strong>nte os conselheiros consultarem.” Dalton<br />
Canabrava Filho, vice-prefeito <strong>de</strong> Curvelo: “Quero agra<strong>de</strong>cer a citação feita ao papel <strong>dos</strong><br />
prefeitos municipais, mas discor<strong>da</strong>r um pouco quanto à minimização <strong>da</strong> audiência<br />
pública, pois passa a sensação <strong>de</strong> que ela é meramente informativa e que, portanto, os<br />
agentes locais não são consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> como capazes <strong>de</strong> opinar. E os municípios têm,<br />
obviamente, até por preceito constitucional, a gestão <strong>dos</strong> seus territórios como uma<br />
preocupação que <strong>de</strong>vemos ter. E fere até o princípio <strong>da</strong> auto<strong>de</strong>terminação <strong>dos</strong> povos, que é<br />
um princípio universal. Portanto, consi<strong>de</strong>ramos <strong>da</strong> maior importância à manifestação<br />
feita pela comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> local no sentido <strong>de</strong> <strong>da</strong>r o seu parecer. Não gostaria que ficasse aqui<br />
reduzido à mera posição passiva, <strong>de</strong> estarmos sendo apenas informa<strong>dos</strong> e assistindo uma<br />
discussão tacha<strong>da</strong> <strong>de</strong> discussão técnica, em que a nossa participação fique minimiza<strong>da</strong>. E<br />
reforço a posição do conselheiro <strong>de</strong> que nos preocupa profun<strong>da</strong>mente a situação em que<br />
estamos <strong>de</strong> carência <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> energia. Sabemos que a energia hidrelétrica é uma <strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />
menor impacto ambiental e ficamos sem saber on<strong>de</strong> vamos buscar as fontes <strong>de</strong> energia<br />
menos poluidoras do que essa. O fato concreto é que <strong>de</strong>vemos ter alternativas para a<br />
produção <strong>de</strong> energia. E a nossa região, se conseguisse ter uma fonte <strong>de</strong> energia com<br />
pequeno impacto ambiental como esse empreendimento, teria chance <strong>de</strong> ter o melhor<br />
futuro para os seus habitantes. Obrigado.” Simone, técnica <strong>da</strong> FEAM: “Vou tentar abrir<br />
uma ótica em relação à diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> peixes. Como a Berna<strong>de</strong>te apresentou inicialmente,<br />
a riqueza <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> peixes no rio aumenta <strong>da</strong> nascente para a foz. To<strong>dos</strong> nós sabemos<br />
disso. Com o barramento, ao longo <strong>dos</strong> anos (há registros científicos publica<strong>dos</strong>), o estoque<br />
<strong>de</strong> peixes é reduzido. Não estou só falando <strong>de</strong> peixes comerciais, peixes <strong>de</strong> piracema, <strong>de</strong><br />
espécies migradoras, mas <strong>de</strong> uma estrutura inteira. Não é questão <strong>da</strong> ausência <strong>de</strong> estu<strong>dos</strong>.<br />
Isso é fato. E é por essas condições que o Atlas faz referência à alta importância no<br />
contexto ambiental que encontramos hoje no Estado, no contexto em que as bacias<br />
hidrográficas se encontram hoje. É por isso que é feita essa classificação. Quero que isso<br />
fique bem claro para vocês. Obriga<strong>da</strong>.” Presi<strong>de</strong>nte Cástor Cartelle Guerra: ”O doutor<br />
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