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Morel Queiroz da Costa Ribeiro - Mapa dos Conflitos Ambientais de ...

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trabalho a quase vinte anos, gostaria <strong>de</strong> me pronunciar falando em nome do município <strong>de</strong><br />

Curvelo, parte interessa<strong>da</strong> no empreendimento por estar à margem do Paraopeba e,<br />

portanto, um <strong>dos</strong> diretamente envolvi<strong>dos</strong>. Quero lembrar que na audiência pública<br />

realiza<strong>da</strong> houve uma franca manifestação em favor do empreendimento, completamente.<br />

Tivemos reuniões prévias com os empreen<strong>de</strong>dores, observamos com muito interesse e<br />

consi<strong>de</strong>ramos com muito interesse as questões ambientais. Aqui essas questões são<br />

fun<strong>da</strong>mentais e eu acredito que o empreen<strong>de</strong>dor teve as preocupações, pelo menos isso<br />

ficou para nós. Por isso, a nossa posição favorável às questões ambientais e a questões <strong>de</strong><br />

natureza humana. Mas a sensação que fica para nós é que quem polui primeiro polui<br />

melhor. A nossa região fica à disposição e se sacrifica diante do fato <strong>da</strong>s agressões feitas do<br />

outro lado. Trata-se <strong>de</strong> uma região extremamente pobre e as pessoas são obriga<strong>da</strong>s a usar<br />

a margem do rio como fonte <strong>de</strong> sobrevivência. Para oferecer novas oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

trabalho para a população consi<strong>de</strong>ramos que o empreendimento é <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental<br />

importância para a nossa região.” Joaquim Higino, prefeito <strong>de</strong> Pompéu: “Sou a favor <strong>da</strong><br />

represa porque conheço o rio Paraopeba <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a minha infância. O meu tataravô mudou<br />

para as margens do Paraopeba por volta <strong>de</strong> 1870. Até quando eu era criança aquele rio<br />

era limpo. Entre 1960 e 1970 aumentou a poluição drasticamente. Conhecíamos aquilo <strong>de</strong><br />

perto porque a se<strong>de</strong> <strong>da</strong> fazen<strong>da</strong> do meu pai ficava a 300 m <strong>da</strong> margem do Paraopeba. Hoje<br />

sou fazen<strong>de</strong>iro na margem <strong>da</strong>quele rio. Nos últimos <strong>de</strong>z anos, ca<strong>da</strong> vez que entra período<br />

chuvoso por volta do mês <strong>de</strong> novembro as águas começam a crescer e começa a<br />

mortan<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> peixes. Estamos chegando na hora <strong>de</strong> assistir mais um ano. Em 2001 e<br />

2002 foram mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z dias <strong>de</strong>scendo peixes mortos em gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>. Eu acho que<br />

o impacto ambiental será muito pequeno pelo tamanho do <strong>de</strong>senvolvimento que vai causar<br />

à região. Para falar em ambiente e em peixe é preciso termos a certeza <strong>de</strong> que os<br />

problemas que acontecem no rio Paraopeba são muito maiores do que os que vão vir a<br />

acontecer com a represa. Participamos <strong>da</strong> audiência, conheço to<strong>dos</strong> os moradores<br />

ribeirinhos e ali não tem ninguém contra a represa. É só isso. Peço a to<strong>dos</strong> vocês para<br />

olharem o lado ambiental, o que é obrigação <strong>de</strong> vocês, mas pensem também no lado<br />

<strong>da</strong>quela população pobre que mora nas margens do rio Paraopeba e que precisa muito<br />

<strong>de</strong>ssa represa. Obrigado.” Joaquim <strong>dos</strong> Santos Moreira, presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Câmara Municipal <strong>de</strong><br />

Pompéu: “Esse evento que está aqui hoje se realizando tem um recado especial e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

importância não só para o município <strong>de</strong> Pompéu como Curvelo e também para to<strong>da</strong><br />

aquela região. Recentemente participamos <strong>de</strong> uma audiência pública em Pompéu e tive a<br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> relatar alguns fatos ocorri<strong>dos</strong> no início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 60. Em 1961 nossas<br />

terras foram inun<strong>da</strong><strong>da</strong>s pelas águas <strong>da</strong> represa <strong>de</strong> Três Marias por um projeto<br />

irresponsável que atingiu um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> pessoas, milhares <strong>de</strong> pessoas, e não só 14<br />

ou 20 pessoas como está acontecendo em Retiro <strong>de</strong> Baixo. Como disse na audiência<br />

pública, sou barranqueiro do São Francisco, nasci a 400 m do rio e vivi um gran<strong>de</strong><br />

período naquela região. Temos o conhecimento do <strong>de</strong>sastre que foi a represa <strong>de</strong> Três<br />

Marias. A minha família inclui nessas que foram escorraça<strong>da</strong>s pelas águas <strong>de</strong> Três<br />

Marias. Recebemos um pagamento irrisório, entramos na Justiça e até hoje não tivemos<br />

resulta<strong>dos</strong> positivos. Seria hipocrisia nossa dizer que não existem pontos negativos na<br />

barragem Retiro Baixo, mas, senhoras e senhores, é um projeto coerente, um projeto<br />

responsável, um projeto para trazer benefícios para a nossa região. Eu espero que seja<br />

analisado criteriosamente e que seja aprovado. Estava verificando os documentos ali<br />

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