Morel Queiroz da Costa Ribeiro - Mapa dos Conflitos Ambientais de ...
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Outro aspecto importante, e relacionado à <strong>de</strong>scentralização, refere-se à eficiência<br />
energética alcança<strong>da</strong> com a geração distribuí<strong>da</strong>, reduzindo as per<strong>da</strong>s que se verificam na<br />
transmissão e distribuição <strong>de</strong> energia a longas distâncias.<br />
Concebido com esses objetivos gerais, o PROINFA, em sua 1ª Etapa, <strong>de</strong>veria<br />
habilitar 3300 MW <strong>de</strong> potência, distribuí<strong>dos</strong>, igualmente, entre as fontes eólica, biomassa e<br />
PCH’s.<br />
Consi<strong>de</strong>rando esses princípios e objetivos, as Pequenas Centrais Hidroelétricas<br />
<strong>de</strong>veriam significar a ampliação do parque gerador brasileiro em 1100 MW, <strong>de</strong> forma<br />
<strong>de</strong>scentraliza<strong>da</strong> e <strong>de</strong>sconcentra<strong>da</strong>.<br />
5.3 As vantagens <strong>da</strong>s PCH’s e a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>dos</strong> investimentos em Minas Gerais<br />
A discussão sobre PCH’s, normalmente, se <strong>de</strong>senvolve assenta<strong>da</strong> em premissas<br />
questionáveis. Esses aproveitamentos são sempre apresenta<strong>dos</strong> como "solução" alternativa<br />
aos gran<strong>de</strong>s projetos <strong>de</strong> usinas e seus impactos sócio-econômicos. Essa percepção, porém,<br />
é limita<strong>da</strong> por várias razões.<br />
Primeiramente, porque parte do pressuposto <strong>de</strong> baixo impacto ambiental associado<br />
aos pequenos aproveitamentos. Uma PCH, <strong>de</strong> fato, isola<strong>da</strong>mente, po<strong>de</strong> ser caracteriza<strong>da</strong><br />
como empreendimento <strong>de</strong> menor impacto sócioambiental quando compara<strong>da</strong> a uma gran<strong>de</strong><br />
hidroelétrica. Ocorre, entretanto, que a energia produzi<strong>da</strong> por uma PCH não aten<strong>de</strong>ria -<br />
como alternativa a uma gran<strong>de</strong> usina - a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> atual e futura. Ou seja, haveria que se<br />
construir to<strong>da</strong>s as PCHs inventaria<strong>da</strong>s nos rios brasileiros e, mesmo assim, não se<br />
produziria eletrici<strong>da</strong><strong>de</strong> suficiente ao atendimento <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> projeta<strong>da</strong>. E mais, a<br />
implantação <strong>de</strong> várias PCHs em uma mesma região (muitas <strong>de</strong>las em sequência no mesmo<br />
rio) po<strong>de</strong> significar, sim, impactos ambientais mais expressivos do que uma gran<strong>de</strong> usina.<br />
A estimativa <strong>dos</strong> levantamentos feitos pela Eletrobrás (SIPOT, 2000) apontam para<br />
um potencial <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 10.000 MW nesses aproveitamentos em todo o Brasil<br />
(aproxima<strong>da</strong>mente 30% no Estado <strong>de</strong> Minas Gerais). Isso correspon<strong>de</strong>ria, hoje, a,<br />
aproxima<strong>da</strong>mente, 10% do total <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> instala<strong>da</strong> no País. Além <strong>de</strong> pouco<br />
expressivo, significaria impactos sócioambientais muito fortes, principalmente sobre as<br />
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