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_Hinrichs_Kleinback

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Cap. 4 Calor e Trabalho 97<br />

exemplo comum de máquina térmica é a turbina a vapor, como as utilizadas para<br />

geração de eletricidade (veja a Figura 3.3). O fluido de trabalho neste sistema de ciclo<br />

é a água, nos estados líquido e vapor. Calor é transferido do combustível sendo<br />

queimado para a água na caldeira, elevando sua energia e transformando-a em vapor. O<br />

vapor movimenta as pás ou aletas da turbina, fornecendo parte de sua energia para girar o<br />

eixo. No condensador, o vapor é condensado para a fase líquida, enquanto parte de sua<br />

energia transferida à água que se resfria e liberada para o ambiente. A água e, finalmente,<br />

bombeada a uma alta pressão e retornada à caldeira. (O calor necessário à operação desta<br />

ba do gerador a turbina.) Para o sistema gerador completo, o balanço de energia é<br />

consequência da primeira lei da termodinâmica:<br />

O trabalho realizado pelo sistema vem da diminuição delta E da energia do vapor; quanto<br />

maior o delta E atingido, mais trabalho a turbina pode realizar. Este é o maior motivo para a<br />

ça do condensador. Ele representa uma região de baixa temperatura em que o vapor<br />

ondensar a líquido a baixa pressão (menor do que a atmosférica), portanto, fazendo<br />

que o delta E da água seja grande. O líquido também é muito mais facilmente bombeado<br />

(requer menos energia) de volta à caldeira do que seria se fosse um gás.<br />

Apenas uma fração da energia contida em um combustível é convertida em trabalho<br />

útil. Iremos detalhar a apresentação do Capítulo 3 sobre eficiências de conversão de energia,<br />

I veremos que as máquinas têm limites teóricos em suas eficiências. Isto resulta em "poluição<br />

térmica": a adição de calor indesejado ao meio ambiente, principalmente às águas naturais.<br />

Conforme vimos no Capítulo 3, aproximadamente dois terços da energia química<br />

contida no combustível que entra em uma usina elétrica movida a combustível fóssil acaba<br />

se transformando em calor improdutivo descartado.<br />

Existem diversos tipos de máquinas térmicas, algumas das quais estão listadas na<br />

Tabela 4.3. Elas se caracterizam pelo tipo de ciclo a que o fluido de trabalho é submetido. Um<br />

ciclo em que o fluido de trabalho sofre mudança de estado, como no circuito de uma turbina<br />

a vapor, é chamado de ciclo a vapor ou ciclo Rankine. Um ciclo em que o fluido de trabalho<br />

se mantém no estado gasoso é chamado de ciclo a gás (geralmente o fluido é um gás quente,<br />

que não deve ser confundido com o combustível gás natural). Motores 7 de ciclo a gás podem<br />

ser de combustão interna ou externa, o que depende de o combustível ser queimado dentro<br />

ou fora da câmara onde se gera a potência. Motores de ciclo Rankine são sempre dispositivos<br />

de combustão externa. Motores a combustão externa do tipo turbina a gás são largamente<br />

empregados em aeronaves e motores marinhos, bem como em unidades utilizadas durante<br />

picos de consumo em usinas geradoras de eletricidade. Com a abundância atual do gás natural,<br />

sua utilização tende a aumentar. O tipo mais comum de motor a combustão interna é o<br />

motor de automóvel, por ignição com faísca, que utiliza o ciclo "Otto".<br />

Tabela 4.3<br />

EXEMPLOS DE MÁQUINAS TÉRMICAS<br />

Ciclo a vapor ou Rankine<br />

Ciclo a gás<br />

Máquinas a vapor (usina elétrica, velhas locomotivas)<br />

Bomba de calor de refrigeradores (usando Freon)<br />

Combustão interna: Otto, ciclos a diesel (automóveis, caminhões)<br />

Combustão externa: turbina a gás (aviões), ciclo Stirling<br />

7 N.T.: A expressão original é "engine" (motor), mas referindo-se a "thermal engine". que em português é<br />

conhecido como máquina térmica. Entretanto, algumas expressões em português usam o termo motor, como<br />

em motor a combustão interna. Usaremos sempre o termo mais largamente empregado em português.

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