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_Hinrichs_Kleinback

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372 Energia e Meio Ambiente<br />

Uma questão central é se os benefícios são pequenos em comparação com os riscos a<br />

longo prazo de se introduzir no setor civil uma tecnologia que tem como um de seus produtos<br />

o plutônio de grau bélico. Seria este passo um golpe nos esforços para se limitar a<br />

proliferação nuclear, ou será possível armazenarmos este combustível reprocessado com a<br />

mesma segurança já desenvolvida em outras operações militares?<br />

F. Resíduos Radioativos<br />

Uma das questões mais cruciais que a indústria nuclear e o governo federal dos Estados<br />

Unidos enfrentam hoje em dia é se é possível desenvolvermos um método aceitável e seguro<br />

para isolarmos os resíduos radioativos do meio ambiente por milhares de anos. Esta<br />

questão tem sido estudada por mais de 30 anos, mas para muitos ela ainda está longe de<br />

ser resolvida de maneira satisfatória.<br />

Os elementos de combustível exaurido removidos do reator após o reabastecimento<br />

são chamados de resíduos radioativos de alto teor. O combustível exaurido que é retirado<br />

de todas as usinas nucleares dos EUA em um determinado ano totaliza aproximadamente<br />

2.000 toneladas. Estes resíduos de alto teor são muito radioativos e contêm muitos nuclídeos<br />

com meias-vidas de milhares de anos. Seus riscos à saúde vêm tanto da radioatividade<br />

como de sua toxicidade. Praticamente todos os resíduos gerados por usinas nucleares<br />

desde o início de sua operação estão agora armazenados em piscinas de água próximas ao<br />

reator (veja a Figura 13.9). Mais de 40.000 toneladas se encontram armazenadas atualmente<br />

Devido ao fato de que muitos dos radioisótopos têm meias-vidas longas, estes resíduos<br />

concentrados permanecem termicamente aquecidos por muitos anos, por causa do<br />

calor do decaimento. Já que é difícil encontrar-se materiais capazes de resistir a temperaturas<br />

elevadas por períodos muito longos (1.000 anos ou mais), a armazenagem a longo<br />

prazo de resíduos de alto teor representa um problema difícil. Um risco principal é que um<br />

vazamento se desenvolva na estrutura de contenção e que produtos escapem para as<br />

águas subterrâneas e cheguem eventualmente aos alimentos e à água potável. Conseqüentemente,<br />

um sítio de descarte deve possuir múltiplas barreiras que impeçam a entrada<br />

e saída de água, bem como a movimentação do resíduo. O movimento do resíduo<br />

para fora das barreiras de confinamento deve ser impedido pelas rochas adjacentes, de<br />

chegar à superfície por milhares de anos.<br />

Nem todos os resíduos radioativos são de "alto teor". O alto teor refere-se geralmente<br />

aos resíduos gerados no ciclo do combustível do reator nuclear. Resíduos radioativos de<br />

baixo teor são gerados em instituições educacionais, hospitais, indústrias, e também nas<br />

usinas nucleares; eles incluem reagentes químicos radioativos, luvas, papéis, peças de maquinário<br />

contaminadas, e itens semelhantes (Tabela 13.3). Estes têm sido geralmente enterrados<br />

em fossas rasas no solo, em alguns sítios privados em Nevada, na Carolina do Sul,<br />

em Utah e no Estado de Washington.<br />

Existem duas categorias de resíduos radioativos de alto teor. A primeira inclui os átomos<br />

radioativos de massa atômica intermediária produzidos na fissão. Destes, os mais importantes<br />

são o e o ; estes núcleos são emissores gama e/ou beta com meias-vidas<br />

de aproximadamente 30 anos. A segunda categoria de resíduos inclui aqueles formados<br />

não pela fissão, mas pela absorção de nêutrons no urânio combustível original. Estes elementos<br />

são chamados de actinídeos (com números atômicos maiores do que 88) e são quimicamente<br />

muito tóxicos. O melhor exemplo de um actinídeo é o , com uma<br />

meia-vida de 24.000 anos. Ele é formado quando um átomo de captura um nêutron<br />

(rendendo ), seguido por uma série de decaimentos beta até . Se o combustível<br />

exausto fosse reprocessado, cerca de 99% do plutônio seriam removidos. A Tabela 13.4 lista<br />

os radioisótopos mais comuns nos resíduos radioativos.

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