21.11.2016 Views

_Hinrichs_Kleinback

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Cap. 12 Os Blocos de Construção da Matéria 339<br />

A estrutura interna do átomo foi sondada por meio dos experimentos de espalhamento<br />

de Hans Geiger e Ernst Marsden na Inglaterra, no início do século passado. Nestes<br />

experimentos, partículas alfa (partículas carregadas positivamente, com aproximadamente<br />

7.400 vezes a massa do elétron) de uma substância radioativa natural bombardeavam<br />

uma folha muito delgada de ouro. As partículas alfa eram espalhadas em diversos<br />

ângulos e eram observadas ao atingir uma tela fluorescente de sulfato de zinco (Figura<br />

12.3). Se a carga positiva estivesse distribuída de maneira uniforme no átomo, conforme a<br />

sugestão do modelo de Thomson, as partículas seriam espalhadas apenas com pequenos<br />

ângulos (isto é, sofreriam pequenas deflexões). Não havia neste modelo uma concentração<br />

suficientemente alta de carga positiva que interagisse fortemente com as partículas alfa,<br />

causando mais do que uma pequena deflexão. Porém, Geiger e Marsden observaram que<br />

algumas partículas alfa eram defletidas através de ângulos muito grandes (isto foi comparado<br />

a atirar uma bola de canhão contra um alvo de papel, e a bola ricochetear de volta).<br />

O físico britânico Ernest Rutherford analisou os dados ê concluiu que as partículas<br />

carregadas positivamente deveriam estar concentradas em um volume muito menor do<br />

que o do átomo inteiro, formando um caroço central ou núcleo, ao redor do qual os elétrons<br />

se moveriam. Estes experimentos indicaram que o núcleo é extremamente pequeno,<br />

aproximadamente 20.000 vezes menor do que o átomo. (Para visualizar esta diferença de<br />

tamanhos, imagine que o átomo seja do tamanho de um estádio de futebol; neste caso o<br />

núcleo seria do tamanho de uma esfera de rolamento). Apesar de seu tamanho, o núcleo<br />

contém mais de 99,9% da massa do átomo!<br />

O núcleo também é um compósito, contendo partículas carregadas positivamente<br />

chamadas de prótons (do grego "primeiro") e partículas neutras com aproximadamente a<br />

mesma massa, chamadas de nêutrons. Também já foi estabelecido que mesmo estas partículas<br />

(elétrons, prótons e nêutrons) não são os componentes fundamentais da matéria.<br />

Experiências em anos recentes, realizadas nos grandes aceleradores de partículas (Figura<br />

12.4) demonstraram que o próton e o nêutron parecem ser compostos por partículas menores<br />

chamadas de quarks. Estes quarks têm uma carga fracionada (ou mais ou menos 2/3 ou<br />

1/3 da carga do elétron). Três quarks se combinam para formar um próton com carga líquida<br />

+ 1: (+2/3 +2/3 +(-1/3) = + 1.(0 modelo padrão da matéria estabelece que existem seis<br />

tipos diferentes de quark, chamados de up e down, charm e strange, e top e botom 3<br />

As descobertas<br />

de partículas durante as últimas décadas confirmaram a existência de cinco destes<br />

quarks, mas apenas recentemente (1995) foi obtida evidência da existência do quark mais<br />

pesado, o "top". Grandes aceleradores que atiram partículas umas contra as outras foram<br />

necessários para se criar o quark top. Este achado foi extremamente importante, pois ele<br />

parece validar um modelo teórico que é fundamental para a compreensão da natureza da<br />

matéria, do tempo e do universo.)<br />

3 N.T.: Optamos aqui por manter a nomenclatura em inglês, já que esta é de uso mais freqüente. O leitor que<br />

preferir pode chamá-los de para cima, para baixo, charme, estranho, topo e fundo.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!