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_Hinrichs_Kleinback

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360 Energia e Meio Ambiente<br />

de vida na energia nuclear, ao reduzir sua dívida de capital e, consequentemente, fortacendo<br />

a sua competitividade.<br />

Espera-se que o papel da energia nuclear nos Estados Unidos entre em declínio precipitadamente<br />

à medida que usinas sejam desativadas ao final de sua vida útil (elas têm permissão<br />

de funcionamento por 40 anos). A maior parte da capacidade americana pode<br />

fechar até 2020. Incluídas nesta previsão estão algumas desativações precoces, devido ao<br />

fato de que novos investimentos de capital necessários após 30 anos de operação podem<br />

ser mais custosos do que a construção de usinas novas movidas a combustível fóssil<br />

Em escala global, espera-se que a capacidade de geração nuclear de eletricidade continue<br />

crescendo por alguns anos e então se estabilize, à medida que fatores econômicos<br />

aceitação da energia nuclear por parte do público passem a afetar novas construções, como<br />

ocorreu nos Estados Unidos. A crise econômica asiática, que teve início no final de 1997,<br />

pode levar a problemas de financiamento e atraso ou cancelamento de planos para a construçao<br />

de usinas nucleares. Uma exceçao é a China, que tem planos ambiciosos para atender<br />

à sua demanda crescente por energia. Os chineses esperam quadruplicar sua atual<br />

capacidade nuclear até 2020!<br />

Outro país com planos ambiciosos para a energia nuclear é o Japão, que pretende atingir<br />

a independência energética. Entretanto, incertezas nos mercados financeiros da Ásia é<br />

uma oposição crescente do público à energia nuclear irão afetar estes planos. Um incêndio<br />

e uma explosão em uma usina de reprocessamento em Tokai, em outubro de 1999, minou o<br />

apoio do público, apesar de o impacto ter sido mínimo.<br />

Embora a Europa Ocidental dependa em grande parte da energia nuclear, a tendéncia<br />

é de um afastamento desta tecnologia; a maioria dos países interrompeu todas as<br />

novas construções. Tanto a Suécia como a Alemanha votaram pela eventual eliminação<br />

de todas as usinas nucleares. O novo governo alemão (eleito em outubro de 1998) planeja<br />

fechar as 19 usinas nucleares (que fornecem 30% de toda a energia do país) sem nenhuma<br />

compensação.<br />

No que diz respeito aos problemas ambientais levantados em capítulos anteriores, devemos<br />

compreender as implicações dos riscos que estamos correndo atualmente em todas<br />

as áreas. Estaríamos sendo céticos e deixando de enxergar problemas com outras opções<br />

energéticas? Qual o grau de preocupação do público com o aquecimento global? O que<br />

aconteceria com a nossa sociedade dependente de energia sem a energia nuclear? Neste<br />

capítulo, os princípios de física nuclear introduzidos no capítulo anterior serão usados<br />

para estudarmos a construção e a operação de reatores nucleares, o ciclo do combustível<br />

nuclear (incluindo o descarte de resíduos radioativos), e o impacto ambiental potencial da<br />

energia nuclear, tanto sob condições normais como anormais.<br />

B. Reações em Cadeia<br />

Conforme discutimos no capítulo Capítulo 12, qualquer núcleo pode ser "esmagado" ou<br />

rompido quando for bombardeado com um núcleon de energia suficientemente alta.<br />

Entretanto, apenas alguns poucos isótopos de ocorrência natural irão sofrer fissão com a<br />

absorção de um nêutron de baixa energia. O mais comum destes isótopos é o 235 U, que<br />

constitui apenas 0,7% do urânio natural. Sua captura de um nêutron lento (energia cinética<br />

de 0,025 eV) para formar 2 3 6 U fornece energia suficiente para que o núcleo se divida em<br />

dois isótopos de massas diferentes (Figura 13.2).<br />

O urânio-238 não sofre fissão a menos que capture nêutrons com energias superiores a<br />

1 MeV, e ainda assim a probabilidade de fissão (chamada de seção de corte de fissão) é<br />

2.000 vezes menor do que para o 2 3 5 U com nêutrons de baixa energia. Conseqüentemente,<br />

somente o isótopo 2 3 3 U pode ser realisticamente considerado um combustível fissionável,<br />

sendo, então, chamado de um material "físsil".

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