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_Hinrichs_Kleinback

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Cap. 19 A Questão Energética no Brasil 489<br />

1. o preço do etanol combustível, inicialmente fixado em 64,5% do preço da<br />

gasolina, aumentou gradualmente durante a segunda metade da década de 1980<br />

e a primeira metade da década de 1990 até chegar a 80% do valor da gasolina;<br />

2. o imposto sobre produtos industrializados — IPI, inicialmente mais baixo para<br />

veículos movidos a álcool do que para os mesmos modelos movidos a gasolina,<br />

deixou de ser uma vantagem competitiva para os movidos a álcool em 1990,<br />

quando o Governo Federal criou o "carro popular", mais barato e com motores<br />

de até 1.000 centímetros cúbicos. De acordo com as novas regras, o "carro popular"<br />

teve o IPI reduzido a 0,1%. Como a indústria automobilística teve dificuldades<br />

de adaptar fácil e rapidamente os motores "populares" para utilizarem<br />

álcool puro, a categoria declarou que a adaptação "os tornaria mais caros e<br />

levaria mais tempo", o que era inviável devido à fortíssima competição que se<br />

estabeleceu entre os fabricantes para aproveitar a redução do imposto;<br />

3. a falta de confiança generalizada no suprimento regular de álcool e a crescente<br />

necessidade de se importar etanol e/ou metanol para compensar a redução na<br />

produção local. Alguns autores apontam que essa redução na produção local foi<br />

causada pelo aumento do preço do açúcar no mercado exterior, o que levou os<br />

usineiros brasileiros a destinarem a maior parte da cana-de-açúcar plantada no<br />

país para a produção de açúcar.<br />

Como resultado desses fatores, em meados da década de 1990 as vendas de carros<br />

movidos a álcool caíram a praticamente zero e ficou claro que o outrora maior programa<br />

de biomassa combustível do planeta seria completamente desmantelado se novas e objetivas<br />

políticas públicas de incentivo à utilização do álcool combustível não fossem rapidamente<br />

adotadas pelo Governo Federal brasileiro.<br />

FIGURA 19.6<br />

Participação do número de veículos movidos a álcool no total de veículos produzidos no<br />

Brasil, 1979-2002. FONTE: ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS FABRICANTES DE VEÍCULOS AUTOMOTORES — ANFAVEA.

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