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_Hinrichs_Kleinback

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Cap. 14 Efeitos e Usos da Radiação 407<br />

FIGURA 14.4<br />

Curvas de dose-resposta para doses pequenas de<br />

radiação são baseadas no pressuposto da existência<br />

de uma resposta linear — ou seja, que os<br />

dados obtidos com doses elevadas (linha cheia)<br />

podem ser extrapolados de volta para doses pequenas<br />

(como na curva a) Não existe limiar (como<br />

se pressupõe para a curva b), então se assume<br />

[ou pressupõe] que qualquer radiação tenha um<br />

efeito prejudicial.<br />

Tais estudos sobre os efeitos da radiação geralmente pressupõem que ocorre uma resposta<br />

linear à radiação, o que quer dizer que a curva dose-resposta pode ser extrapolada<br />

de volta à dose zero e ao efeito zero a partir de dados experimentais com doses elevadas.<br />

Isto pressupõe que não existe um limiar para os danos por exposição à radiação: qualquer<br />

radiação terá um efeito danoso, não importa quão pequena seja a sua dose ou exposição<br />

(Figura 14.4). Existe uma discussão sobre a validade desta hipótese linear, especialmente<br />

no caso de danos somáticos. Sabe-se que um pequeno dano em uma região localizada<br />

pode ser reparado pela substituição das células mortas por outras, novas. Uma dose de 10<br />

rem em um único momento pode causar o mesmo dano celular que 40 rem durante um<br />

longo período de tempo, como resultado do mecanismo reparador do organismo.<br />

Claramente, é difícil obter informações e dados sobre os efeitos de baixos níveis de radiação<br />

sobre uma população. Teríamos que separar os efeitos decorrentes da radiação naturalmente<br />

existente e outros efeitos ambientais. Além disso, danos de baixo nível como<br />

estes podem levar anos e até mesmo gerações para poderem ser observados. Desta forma,<br />

dados para doses elevadas devem ser utilizados. O emprego destes dados para estabelecer<br />

padrões de radiação será delineado em uma seção posterior, após uma análise das contribuições<br />

da radiação de fundo.<br />

D. Radiação de Fundo, Incluindo Radônio<br />

Antes de examinar a radiação emitida por usinas nucleares, é necessário conhecer a quantidade<br />

de radiação que uma pessoa média recebe de outras fontes. Esta radiação de fundo<br />

pode ser dividida em dois tipos: aquela originada de fontes naturais e aquela originada de<br />

equipamentos e aparelhos humanos, especialmente para exposições médicas ou medicinais.<br />

A mais importante fonte natural de radiação é do radônio e dos produtos da sua decomposição<br />

(chamados de filhas do radônio). O gás radônio é um elemento radioativo de<br />

ocorrência natural, encontrado em solos e rochas componentes da crosta terrestre. Ele se<br />

origina da decomposição do rádio que, por sua vez, se origina da decomposição do urânio.<br />

A Figura 14.5 mostra o esquema da decomposição do radônio. Este elemento, que possui<br />

uma meia-vida de 3,8 dias, decompõe-se em polônio-218, emitindo uma partícula a.<br />

Este, por sua vez, decompõe-se em chumbo-214 ao emitir outra partícula a(alpha). A decomposição<br />

do radônio e de suas filhas ocorre dentro de um período de tempo relativamente curto,<br />

com a liberação de radiação a, que é extremamente danosa para os tecidos humanos devido<br />

à sua curta amplitude. Como são sólidos, os produtos da decomposição do radônio<br />

podem ser capturados pelos pulmões. Estudos médicos realizados com trabalhadores em<br />

minas de urânio mostraram que a exposição de longo prazo ao gás radônio e a seus descendentes<br />

pode causar câncer. Em geral, aceita-se que o radônio é a principal causa de câncer<br />

de pulmão, com mortes estimadas variando de 5.000 a 30.000 a cada ano; isto<br />

representa cerca de 10% a 15% de todos os casos de câncer de pulmão! A Figura 14.6 mostra<br />

o risco de câncer de pulmão decorrente da exposição ao radônio em comparação com o<br />

decorrente do hábito de fumar. Uma concentração dentro de um ambiente fechado de 10

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