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_Hinrichs_Kleinback

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352 Energia e Meio Ambiente<br />

núcleo. Porém, não existem fontes convenientes de nêutrons na natureza, tendo eles que<br />

ser produzidos por reações nucleares com partículas carregadas, tais como deutério mais<br />

trítio ou hélio mais berílio:<br />

Estudos realizados na década de 1930 utilizaram nêutrons para criar novos produtos<br />

radioativos. Em 1939 foi feita uma descoberta que mudou o mundo. No decorrer do bombardeamento<br />

de urânio com nêutrons de baixa energia (lentos) — com a intenção de produzir<br />

um núcleo mais pesado, uma pequena quantidade de bário, um elemento muito<br />

menos pesado do que o urânio, foi encontrada no produto. Logo se percebeu que uma<br />

2 3 5<br />

parte do urânio havia sido dividida. A divisão do isótopo de urânio 9 2 U produziu dois<br />

produtos mais leves, bário e criptônio. Esta reação é escrita da seguinte forma:<br />

Energia é liberada neste processo, e é levada pelos produtos. A perda de massa entre<br />

os núcleos produzidos e os reagentes é convertida em energia.<br />

Outra característica importante da reação de fissão é que há emissão de nêutrons<br />

adicionais, que podem ser utilizados para causar a fissão de átomos vizinhos de urânio,<br />

liberando mais nêutrons para causar novas fissões, com liberação de energia, e assim por<br />

diante. Esta "reação em cadeia" supera o problema da baixa probabilidade de rendimento<br />

de outras reações nucleares. Pode-se romper praticamente qualquer núcleo ao bombardeá-lo<br />

com um projétil de energia suficiente, utilizando-se um acelerador. Porém, uma característica<br />

interessante da reação do urânio é que o 2 3 5 U pode ser fissionado pela adição<br />

de nêutrons de energia muito baixa. Isto não ocorre com nenhum outro isótopo de ocorrência<br />

natural.<br />

No Capítulo 13 iremos estudar os detalhes do processo de fissão e como ele pode ser<br />

controlado com o objetivo prático de se produzir energia. No Capítulo 15 estudaremos o<br />

outro lado na interação nuclear forte e discutiremos o uso da fusão para a produção de<br />

energia. Uma vez que ambos os processos estão associados à radiação, estudaremos os<br />

efeitos biológicos da radiação nuclear, e utilizações importantes de radioisótopos no<br />

Capítulo 14.<br />

I. Resumo<br />

Neste capítulo nós vimos que o átomo, ao invés de ser indivisível e imutável, tem uma estrutura<br />

definida e é destrutível. Um modelo simples do átomo consiste de elétrons orbitando<br />

um núcleo carregado positivamente. Este quadro não deve ser levado muito ao pé<br />

da letra, já que alguns dos dogmas da física moderna são bastante diferentes daqueles da<br />

física clássica. Na física moderna, o elétron pode ocupar apenas níveis discretos de energia<br />

no átomo. Dizemos que a energia do elétron é "quantizada". A adição de energia ao átomo<br />

faz com que o elétron salte para um nível de energia mais alto; reciprocamente, quando<br />

um elétron cai para um nível de energia mais baixo, energia é liberada na forma de luz visível,<br />

radiação infravermelha, raios X ou outro tipo de radiação.<br />

O núcleo do átomo responde por mais de 99,9% de sua massa. Um elemento é caracterizado<br />

pelo número de prótons presentes no núcleo (seu número atômico). A massa combinada<br />

de prótons e nêutrons em um núcleo é aproximadamente igual à sua massa<br />

atômica. Núcleos que possuem o mesmo número de prótons, mas um número diferente de<br />

nêutrons, são chamados de "isótopos", e se comportam quimicamente de forma semelhante.<br />

A maior parte dos elementos tem muitos isótopos. A maioria destes isótopos é ins-

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