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_Hinrichs_Kleinback

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Cap. 13 Energia Nuclear: Fissão 391<br />

ricamente. Entre 1971 e 1982, a quantidade de material necessário à construção de um<br />

PWR de 1.000 MWe aumentou por um fator de 2,8 para o concreto e 2,4 para o comprimento<br />

dos cabos, bem como por um fator de 6,8 para as horas trabalhadas pela mão-deobra<br />

especializada.<br />

A próxima geração de usinas nucleares será provavelmente de LWRs, uma vez que<br />

existe muita experiência com este projeto, mas também serão menores (400 a 600 MWe),<br />

o que requer um capital menor, além de um tempo menor, para a construção. Tradicionalmente,<br />

as grandes usinas têm sido de construção mais barata por quilowatt. Porém,<br />

usinas menores representam uma adequação melhor entre o crescimento da demanda e<br />

a capacidade de geração. A construção de uma usina de 1.000 MWe criaria uma sobrecapacidade<br />

por muito mais anos do que a construção de uma usina de 500 MWe. Ademais,<br />

usinas menores adaptam-se mais facilmente ao uso de sistemas de segurança<br />

mais confiáveis e seguros. Muitos LWRs novos, padronizados, estão atualmente em desenvolvimento<br />

nos Estados Unidos. Eles devem ter um custo competitivo com os outros<br />

tipos de usinas geradoras de eletricidade e empregarão "sistemas passivos" de segurança,<br />

que assegurarão que não haverá a liberação de radioatividade no caso de alguma<br />

anormalidade.<br />

Hoje em dia, os reatores a água leve dependem da intervenção "ativa" de dispositivos<br />

eletromecânicos e da ação de operadores para garantir a segurança da usina e para proteger<br />

a população de vazamentos radioativos. Para diminuir a probabilidade de acidente,<br />

mais e mais dispositivos de segurança têm sido incorporados ao longo dos anos, muitos<br />

dos quais são dispositivos sobressalentes ou redundantes. Porém, alguns críticos afirmam<br />

que nem todas as possibilidades ou caminhos que levam a um acidente nuclear com liberação<br />

de radioatividade podem ser previstos. Conseqüentemente, uma outra abordagem<br />

para um reator nuclear seguro é a utilização de sistemas "passivos" de segurança, que se<br />

apóiam nas características inerentes do próprio reator e nas leis da física. Tais reatores dependem<br />

da alimentação por gravidade da água armazenada em um tanque para substituir<br />

o refrigerante perdido do vaso do reator no caso de um Loca, ou dependem da transferência<br />

natural de calor por condução e convecção para dissipar o calor do decaimento do núcleo<br />

do reator para o meio ambiente após uma interrupção. Estas idéias têm sido perseguidas insistentemente<br />

desde TMI, e muitos dispositivos passivos foram incorporados aos LWRs<br />

reprojetados e ativamente seguros, bem como a uma geração completamente nova de reatores<br />

inerentemente seguros.<br />

A Figura 13.21 mostra o esquema de um LWR avançado que possui melhorias de segurança<br />

com o uso de características passivas. Estas características incluem o uso da gravidade<br />

para fornecer refrigeração de longo termo em caso de um Loca e um aumento da<br />

quantidade de água no núcleo para fornecer densidades de potência menores. Estes<br />

LWRs avançados serão bem menores do que os reatores atuais, por motivos de segurança<br />

e financeiros.<br />

Embora os reatores a água leve sejam de longe a maioria dos reatores utilizados nos<br />

Estados Unidos, diversos outros tipos de refrigerantes ou moderadores estão em uso ao<br />

redor do mundo. No Canadá, o reator preferido utiliza água pesada (na qual o isótopo<br />

mais pesado deutério substitui o hidrogênio) como o moderador refrigerante. A vantagem<br />

de se utilizar a água pesada é que o deutério tem uma seção de corte para a captura do<br />

nêutron que corresponde a 1/600 da do hidrogênio. Assim, o urânio não-enriquecido, ou<br />

natural, pode ser utilizado como combustível, porque a reação em cadeia gera nêutrons<br />

suficientes para que seja auto-sustentável. Este reator canadense, chamado de Candu, tem<br />

um esquema parecido com o PWR. O fluido no circuito secundário é a água comum. A eficiência<br />

global do Candu é de aproximadamente 29%. O reabastecimento on-line (isto é, enquanto<br />

o reator está em operação) é possível. Embora o custo da água pesada seja alto, a<br />

experiência canadense até hoje mostra que o custo da eletricidade assim produzida é substancialmente<br />

menor do que em um LWR.

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