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_Hinrichs_Kleinback

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Cap. 13 Energia Nuclear: Fissão 395<br />

O Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (adotado em 1970) estabelece<br />

que os seus signatários "não deverão construir ou adquirir de outra forma armas nuclea-res<br />

outros dispositivos explosivos nucleares". Porém, embora a maioria dos países<br />

tenha endossado o tratado, alguns não o fizeram, incluindo a Índia, Paquistão, Israel e<br />

Coréia do Norte.<br />

A possibilidade de um grupo terrorista adquirir material com grau de armamento<br />

nuclear é sempre uma preocupação. Mas o perigo de que bombas terroristas sejam feizis<br />

com material americano roubado é pequeno. Lembre-se de que todos os elementos de<br />

combustível exaurido são radioativos, e que a separação química do plutônio do urânio e<br />

dos fragmentos de fissão seria difícil para um grupo terrorista. Ainda assim, uma simples<br />

bomba construída com plutônio de grau para reatores poderia ter a potência de algumas<br />

centenas de toneladas de TNT — dez vezes a potência de uma bomba convencional da<br />

Segunda Guerra.<br />

O reprocessamento e a reciclagem do plutônio aumentam muito as oportunidades de<br />

roubo e chantagem nuclear. Uma economia do plutônio com reprocessamento e reciclagem<br />

iria envolver o transporte de milhares de quilos de plutônio por ano do reprocessamento<br />

para a fabricação de elementos de combustível e daí para as usinas (veja Quadro<br />

13.1: O Japão e o Plutônio.) Como conseqüência, o sistema poderia ser vulnerável a roubos<br />

e desvios. A inspeção de instalações com reatores, mesmo em países signatários do Tratado<br />

de Não-Proliferação de Armas Nucleares, seria complicada e difícil. Porém, alguns países<br />

com instalações nucleares se mostram inclinados a uma economia de plutônio. Suas fontes<br />

de energia não são diversificadas como as dos Estados Unidos, de forma que aumentar a<br />

capacidade de reciclagem do combustível nuclear é importante para eles. O desenvolvimento<br />

de reatores reprodutores também contribuiria para um aumento na disponibilidade<br />

de plutônio, já que estes estariam produzindo plutônio para a utilização em reatores LWR<br />

convencionais.<br />

Em resumo, a conexão entre instalações nucleares comerciais e armas nucleares é tênue.<br />

Historicamente, programas de armamentos têm utilizado reatores de pesquisa e não reatores<br />

comerciais para a produção de plutônio. A proliferação de instalações de enriquecimento poderia<br />

colocar urânio altamente enriquecido, provavelmente o material mais fácil de ser utilizado<br />

na construção de uma bomba, ao alcance de nações não nucleares. O reprocessamento<br />

e a reciclagem do plutônio requerem grandes esforços internacionais para assegurar que o<br />

desvio e o roubo não aumentem os riscos de guerra nuclear e terrorismo nuclear.<br />

L. Resumo Ambiental e Econômico da Energia Nuclear<br />

A maior parte deste capítulo foi dedicada à descrição dos princípios por trás da operação<br />

de usinas nucleares, o ciclo do combustível nuclear, e a questão da segurança dos reatores.<br />

Qualquer avaliação final do papel da energia nuclear nos anos vindouros precisa considerar<br />

o quadro de disponibilidade-demanda total de energia, bem como o impacto ambiental<br />

total do uso da energia. Este quadro é desenvolvido ao longo deste livro, mas, para auxiliar<br />

na comparação entre as alternativas de fornecimento de energia, é útil a esta altura<br />

compararmos as conseqüências ambientais e econômicas da energia nuclear e do carvão<br />

na produção de eletricidade.<br />

O impacto ambiental de cada sistema elétrico inclui (1) o uso da terra na extração, processamento<br />

e conversão (pela eletricidade) do combustível; (2) a poluição do ar associada<br />

à conversão; (3) a emissão de radiação durante a operação normal ou em caso de acidente;<br />

(4) os fatores de saúde ocupacional associados à extração, ao processamento e à conversão<br />

do combustível; e (5) o armazenamento de resíduos sólidos ou armazenados. Estes itens<br />

estão resumidos na Tabela 13.6 para uma usina de 1.000 MWe (operando a 75% de sua capacidade),<br />

usando urânio ou carvão como combustível.

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