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_Hinrichs_Kleinback

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394 Energia e Meio Ambiente<br />

K. Proliferação Nuclear<br />

Outra preocupação com o uso comercial da energia nuclear é o possível uso de seus subprodutos<br />

para a construção de armas nucleares. Aos olhos de muitos, sempre houve um<br />

elo entre energia nuclear e armas nucleares. De fato, o desenvolvimento da energia nuclear<br />

teve início na década de 1950 como conseqüência do programa de armas nucleares (o programa<br />

"Átomos pela Paz" do presidente Dwight Eisenhower).<br />

Bombas de fissão simples são feitas com 2 3 5 U ou 239 Pu muito puros (90%). As massas<br />

críticas são aproximadamente 10 kg e 5 kg, respectivamente. O combustível utilizado em<br />

um LWR convencional é enriquecido a apenas 3% 2 3 5 U aproximadamente. O material adequado<br />

para armamentos pode ser preparado a partir de elementos de combustível novos<br />

somente pelo processo de enriquecimento, caro e de alto consumo de energia. Durante a<br />

operação de um reator, entretanto, o 239 Pu é produzido a uma taxa de 200 kg/ano em cada<br />

usina de 1.000 MWe. O processo de separação do Pu dos elementos de combustível exauridos<br />

é mais simples do que o enriquecimento do urânio, além de ser bem conhecido, embora<br />

não seja de fácil execução. Se um país decidisse adquirir material utilizável em armas<br />

nucleares, ele provavelmente determinaria que é mais fácil construir um reator "de pesquisas"<br />

movido a urânio natural, projetado para fornecer anualmente o plutônio suficiente<br />

para diversos artefatos. (Um exemplo é o reator indiano, que permitiu àquele país detonar<br />

um artefato nuclear em 1974.)<br />

Quadro 13.3<br />

PROLIFERAÇÃO PÓS-GUERRA FRIA<br />

Uma das preocupações após a queda do comunismo é o redirecionamento de material<br />

com grau para armamentos para as mãos de grupos terroristas e países não<br />

nucleares.<br />

• Em 1990, a nova república da Ucrânia passou a ser o país com a terceira maior<br />

potência nuclear, tendo "herdado" 1.800 ogivas nucleares da URSS. Tal legado<br />

lhe dá um excelente poder de barganha para alavancar a sua fraca economia.<br />

• Cientistas nucleares russos, altamente sub-remunerados, são tentados por<br />

ofertas de nações que desejam desenvolver suas próprias bombas ou sistemas<br />

de mísseis. Já houve prisões de cientistas russos que tentavam contrabandear<br />

urânio altamente enriquecido para fora do país — em malas.<br />

• A Coréia do Norte não permitiu a inspeção de seus reatores de pesquisas pelas<br />

Nações Unidas durante muitos anos e pode ter plutônio armazenado suficiente<br />

para a construção de várias bombas. 42<br />

• A China tem melhorado a sua capacidade de armamentos por meio da<br />

contratação de cientistas russos para desenvolver uma versão de seu foguete<br />

SS25 com múltiplas ogivas.<br />

Durante os anos da Guerra Fria, a URSS exercia um controle estrito sobre seus<br />

42 N.T.: Mais recentemente, no início de 2003, o governo da Coréia do Norte não só admitiu possuir ogivas nucleares,<br />

como também mísseis capazes de transportá-las a qualquer parte do planeta.

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