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_Hinrichs_Kleinback

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Cap. 2 Mecânica da Energia 57<br />

A primeira lei de Newton certamente não é auto-evidente, e parece ser contradita pela<br />

nossa experiência cotidiana. Se você tirar o pé do acelerador de seu carro, ele irá mais devagar.<br />

Dê um empurrão neste livro sobre a mesa, e ele irá parar depois de uma curta distância.<br />

Na verdade, muitos cientistas anteriores a Galileu, indo até Aristóteles (-300 a.c.)<br />

acreditavam que o estado natural de um corpo é estar em repouso. Acreditavam que um<br />

puxão ou empurrão eram necessários para manter um corpo em movimento.<br />

Porém, corpos tais como o carro e o livro param de se mover por causa de uma força externa<br />

que age sobre eles, conhecida como a força de atrito. Atrito é o resultado da interação<br />

de duas superfícies em contato e sempre age de forma a se opor ao movimento que está<br />

ocorrendo. A quantidade de atrito depende da natureza das superfícies que estão em contato<br />

e da massa do corpo em movimento. De acordo com a lei da inércia, o atrito provoca uma<br />

mudança no movimento do corpo. Não encontraremos muitas situações em que o atrito é<br />

zero (ou muito pequeno). Um exemplo é uma superfície com água congelada. Se colocamos<br />

um disco de hóquei em movimento em um lago congelado sem atrito, ele continuará a se<br />

mover com uma velocidade constante até atingir a margem oposta; a força resistiva no disco<br />

é próxima de zero. Outra situação semelhante ocorre no espaço, em que uma espaçonave<br />

pode continuar em movimento indefinidamente após os motores terem sido desligados.<br />

Como nossa experiência também indica, a aplicação de uma força a um corpo não irá<br />

necessariamente levar a uma mudança na sua velocidade. Uma pessoa empurrando um<br />

carro geralmente não fará com que ele se mova. Diversas forças podem atuar sobre um corpo<br />

de forma que nenhuma mudança ocorra em seu movimento. O que altera o movimento<br />

é a aplicação de uma força líquida ou não-balanceada, como afirma a primeira lei. No exemplo<br />

do carro, a força exercida pela pessoa é balanceada pela força de atrito. Se a força líquida<br />

sobre um corpo é zero, dizemos que o corpo está em equilíbrio; sua velocidade não se altera;<br />

a aceleração é zero. Note que a velocidade de um corpo pode ser diferente de zero, e<br />

ainda assim ele pode estar em equilíbrio (isto é, a aceleração é zero).<br />

SEGUNDA LEI Conforme a primeira lei afirma, a aplicação de uma força líquida sobre um<br />

corpo resulta na alteração da sua velocidade, ou seja, em aceleração. A segunda lei do<br />

movimento quantifica esta relação entre força líquida e aceleração.<br />

II. A aceleração de um corpo é diretamente proporcional à força<br />

líquida que age sobre ele, e inversamente proporcional à sua massa.<br />

A direção da aceleração será a mesma direção da força líquida.<br />

Matematicamente,<br />

Uma força pode causar desaceleração assim como aceleração. Se um carro se choca<br />

contra uma parede de tijolos, a sua taxa de variação de velocidade é muito alta, ou seja, a<br />

desaceleração é grande. Se a desaceleração fosse menor, como ocorreria se o carro se<br />

chocasse com os tonéis de água que normalmente protegem algumas saídas das autoestradas,<br />

13<br />

a força sobre o carro e seus ocupantes seria menor. Um atleta de salto com vara<br />

prefere cair sobre espuma de borracha ao invés de concreto, pois sua desaceleração não será<br />

tão grande na espuma, e, portanto, a força sobre o atleta será menor (Figura 2.11).<br />

13 N.T.: A colocação de tonéis cheios de água nas bifurcações das saídas de auto-estradas é uma prática de segurança<br />

comum nos Estados Unidos.

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