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_Hinrichs_Kleinback

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Cap. 16 Biomassa: das Plantas ao Lixo 451<br />

2. A madeira pega fogo a cerca de 315°C (600°F), quando uma parte sólida da<br />

madeira e alguns compostos voláteis (liberados como gases) queimam.<br />

3. A madeira aquecida se decompõe em carvão vegetal e fumaça. O carvão vegetal<br />

queima a cerca de 540°C (1.000°F) e os compostos voláteis se inflamam a cerca<br />

de 600°C (1.100°F). Esta etapa dificilmente ocorre nos fornos a lenha, a menos<br />

que a entrada de excesso de ar seja limitada para evitar o resfriamento e a<br />

fumaça liberada na etapa 2 seja direcionada para uma área de alta temperatura.<br />

A madeira a ser queimada deve ser empilhada no forno de tal forma que permita a entrada<br />

de ar suficiente e que os pedaços que estejam queimando aqueçam uns aos outros<br />

para manter uma boa combustão. Se os pedaços de madeira forem colocados muito perto<br />

uns dos outros, isto irá interferir no primeiro critério. Por outro lado, se os pedaços de<br />

madeira estiverem muito afastados, isto torna a segunda parte mais difícil de ocorrer. A<br />

eficiência geral de aquecimento de uma unidade é o produto da eficiência de combustão<br />

da madeira e da eficiência de transferência de calor do forno ou fornalha.<br />

Para o aquecimento de ambientes, a madeira é queimada em lareiras, fornos e grandes<br />

fornalhas centrais. Desde o início da década de 1970, fornos a lenha eficientes do ponto de<br />

vista energético se tornaram bastante populares. A Figura 16.7 mostra uma lareira convencional.<br />

A medida que a madeira é queimada no interior da lareira, energia radiante é emitida<br />

para dentro do cômodo, enquanto os gases quentes da combustão, que ainda contêm<br />

uma grande quantidade de energia química, sobem pela chaminé. O ar para a combustão é<br />

retirado do próprio cômodo e deve, então, ser substituído por ar frio externo. Contudo,<br />

muito mais ar é retirado do cômodo do que seria necessário para a combustão da madeira,<br />

e todo ele sai pela chaminé junto com os gases quentes. Por estas razões, a eficiência de<br />

uma lareira convencional pode ser próxima de zero ou até mesmo negativa. Para aumentar<br />

a eficiência, primeiro precisamos reduzir o excesso de entrada de ar. Isto pode ser feito<br />

por meio da utilização de portas de vidro na lareira com pequenas aberturas para ventilação<br />

na base da parte interna da lareira. Desempenhos ainda melhores são obtidas ao se<br />

canalizar o ar para a combustão de fora do cômodo através de tubulações. A eficiência<br />

também é aumentada ao se arranjar as achas de madeira a serem queimadas de maneira<br />

que permita uma queima mais rápida (e não lenta e sem chama) e que concentre a emissão<br />

de energia calorífica radiante para dentro do cômodo.<br />

Outros dois problemas com o aquecimento por lareiras podem ser resolvidos com o<br />

uso de um forno a lenha: o calor da combustão pode ser absorvido em todas as direções<br />

ao ser capturado pelas paredes de metal de um forno e, então, permitir que estas paredes<br />

transfiram a energia calorífica para o cômodo. Além disso, em uma lareira, os próprios<br />

gases da combustão ainda carreiam uma grande quantidade de energia. Se eles puderem<br />

ser queimados mais adiante, o forno se torna mais eficiente e as emissões são reduzidas.<br />

Este é o princípio por trás da combustão secundária em um forno. A Figura 16.8 mostra o<br />

interior de um forno com combustão secundária. A combustão secundária ocorre na câmara<br />

acima da de combustão primária. Ar secundário é necessário para completar a<br />

combustão da fumaça, já que, normalmente, sobra pouco oxigênio do ar primário. Esta<br />

região deve ser mantida quente porque os gases de combustão precisam de temperaturas<br />

de pelo menos 550°C. O formato em "S" do projeto de forno mostrado na Figura<br />

16.8 permite um caminho de saída mais longo para os gases de combustão e, assim, uma<br />

queima mais completa.<br />

Dois terços da produção do forno são obtidos via calor radiante, e um terço, por convecção.<br />

Desta forma, as melhores eficiências de transferência de calor são obtidas em um<br />

forno com uma grande área de superfície. Preto é a cor preferida, mas muitas outras cores<br />

dão resultados igualmente bons (pinturas metálicas brilhantes ou superfícies de metal sem<br />

pintura geram emitâncias baixas). Como a energia radiante não se encontra no espectro<br />

visível, a cor vista pelo olho não é relevante aqui.

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