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_Hinrichs_Kleinback

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Cap. 16 Biomassa: das Plantas ao Lixo<br />

FIGURA 16.5<br />

Digestor de metano de recipiente fixo.<br />

Digestores tamanho-família que utilizam<br />

esterco são relativamente comuns em<br />

países com a Índia e a China. Na China,<br />

estima-se que 4,5 milhões de digestores<br />

de biogás estejam atualmente em<br />

utilização.<br />

Álcoois são outros produtos da conversão de biomassa que têm recebido considerável<br />

atenção nos últimos anos como substitutos para os líquidos derivados de petróleo. A fermentação<br />

de materiais vegetais para a conversão de seus açúcares em álcool data de mais<br />

de 4.000 anos: os egípcios faziam cerveja a partir de grãos e uvas. Mais de 100 anos atrás,<br />

Louis Pasteur identificou as leveduras como catalisadoras do processo de fermentação.<br />

Os dois álcoois de importância primária são o etanol e o metanol. O etanol é um<br />

líquido transparente com o ponto de ebulição de 78°C. Sua fórmula é C 2<br />

H 5<br />

OH e ele também<br />

é chamado de álcool de grãos ou álcool etílico. Ele pode ser feito de uma série de<br />

matérias-primas, porém as mais comuns são a cana-de-açúcar, o milho e a madeira. A<br />

Figura 16.6 é um fluxograma simples para a produção de etanol a partir do milho, iniciando<br />

com carboidratos complexos.<br />

O etanol produzido a partir de grãos demanda grandes quantidades de energia para<br />

plantio, fertilização e colheita. Desta forma, ele se torna um combustível caro tanto do<br />

ponto de vista financeiro quanto do energético. (Alguns cálculos demonstram que mais<br />

energia é utilizada para produzir etanol do milho do que se pode obter ao utilizá-lo!) O<br />

etanol pode melhorar o desempenho dos veículos e produz menos emissões que os veículos<br />

a gasolina. O etanol feito de madeira pode reduzir as emissões de gases estufa, pois as<br />

plantas absorvem C0 2<br />

enquanto crescem. Contudo, o etanol feito de milho não reduz as<br />

emissões de gases estufa por causa do petróleo usado para o cultivo e os fertilizantes.<br />

O etanol foi utilizado como combustível nos Ford Modelo-T no início do século XX e<br />

teve sua utilização aumentada durante a Depressão (como uma mistura álcool-gasolina),<br />

quando foram empreendidos esforços para estimular a economia agrícola nos Estados<br />

Unidos. Durante as crises do petróleo das décadas de 1970 e 1980, uma mistura de 5% a<br />

10% de álcool adicionado à gasolina foi promovida para substituir parte do petróleo usado<br />

como combustível automotivo. O custo de produção de álcool para esta mistura foi freqüentemente<br />

maior que o custo do derivado de petróleo que se procurava substituir.<br />

Todavia, as pesquisas continuam a ser realizadas e algumas companhias petrolíferas ainda<br />

vendem a mistura de gasolina e álcool nas bombas. Não é necessária nenhuma conversão<br />

do motor para utilizar esta mistura. Se etanol puro é queimado, modificações devem ter<br />

sido feitas porque ele é corrosivo e pode degradar alguns metais e polímeros utilizados<br />

nos sistemas a gasolina. Além disso, a baixa densidade de energia do etanol faz com que<br />

um carro que utilize etanol tenha uma autonomia cerca de um terço menor do que se utilizasse<br />

gasolina. O Brasil tem uma longa história de utilização de etanol de cana-de-açúcar<br />

em automóveis. Cerca de metade da frota brasileira utiliza etanol puro.

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