02.08.2017 Views

4 Anos de Intervenção Autárquica

O que o Bloco de Esquerda de Torres Novas fez em 4 de Intervenção Autárquica

O que o Bloco de Esquerda de Torres Novas fez em 4 de Intervenção Autárquica

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

144<br />

4 anos <strong>de</strong> intervenção autárquica<br />

Moção Pelo Fim da Violência contra as Mulheres<br />

“Moção Pelo Fim da Violência contra as Mulheres Des<strong>de</strong> 1999 que a ONU instituiu a data <strong>de</strong> 25<br />

<strong>de</strong> Novembro como Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres. Data para<br />

mobilizar a socieda<strong>de</strong> em todo o mundo e data escolhida para homenagear as três irmãs Mirabal,<br />

activistas na luta contra o ditador Trujillo da República Dominicana, mortas nesse dia no ano <strong>de</strong> 1960.<br />

A nível internacional os números dizem que em 3 mulheres uma já foi ou será vítima <strong>de</strong> algum tipo <strong>de</strong><br />

violência. São conhecidas experiências que mostram como as pessoas fingem <strong>de</strong>sconhecer, tapam os<br />

olhos, evitam encarar e <strong>de</strong>nunciar situações <strong>de</strong> violência que estão logo ali na casa ao lado, na rua por<br />

on<strong>de</strong> circulamos, <strong>de</strong>ntro do elevador. Temos que “meter a colher”, ser <strong>de</strong>finitivamente intolerantes<br />

para com a violência. Mesmo que não nos afecte, intervir, <strong>de</strong>nunciar, apoiar e lutar pela erradicação<br />

da violência são <strong>de</strong>veres da cidadania e <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>cente. Em 2013 foram registadas 27 318<br />

participações <strong>de</strong> violência doméstica por parte das forças <strong>de</strong> segurança, segundo o Relatório Anual<br />

<strong>de</strong> Segurança Interna (RASI), <strong>de</strong> que resultaram 40 homicídios conjugais (30 mulheres e 10 homens).<br />

Também segundo dados do RASI referentes ao primeiro semestre <strong>de</strong> 2014, as polícias receberam 13<br />

071 participações, ou seja, 73 queixas por dia, isto é, 3 queixas por hora. Numa iniciativa simbólica<br />

em frente à Maternida<strong>de</strong> Alfredo Costa no dia 1 <strong>de</strong> Novembro, várias organizações <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa dos<br />

direitos das mulheres lembraram as 33 mulheres assassinadas até essa data e as 382 mortas nos<br />

últimos 10 anos. A maioria dos casos ocorreu na família em relações íntimas presentes ou passadas.<br />

Uma verda<strong>de</strong>ira guerra civil no lar, aquele sítio que, à partida, imaginamos como o mais seguro e<br />

aprazível para se viver! Neste momento este número já subiu para 40 mulheres mortas! A frieza<br />

dos números tem <strong>de</strong> ter uma tradução nas consciências <strong>de</strong> que são pessoas que foram maltratadas<br />

e a algumas foi mesmo retirado o direito básico a viver. Sabemos que o aumento das participações<br />

correspon<strong>de</strong> a uma maior consciência dos direitos que levaram a que alguém <strong>de</strong>ixasse <strong>de</strong> ter<br />

vergonha, que alguém <strong>de</strong>cidisse intervir, que alguém <strong>de</strong>ixasse o silêncio e pedisse ajuda. Sabemos<br />

que o facto <strong>de</strong> haver mais participações não significa que agora há mais violência do que antes. Não.<br />

Agora há mais consciência dos direitos, as campanhas e as organizações <strong>de</strong> direitos das mulheres<br />

têm feito um caminho, mas é impossível que esta constatação nos satisfaça. Uma que seja é uma<br />

vida que foi abusivamente retirada. A violência contra as mulheres é um problema <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, <strong>de</strong><br />

justiça, <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> educação, <strong>de</strong> segurança e <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> uma discriminação <strong>de</strong> género que está<br />

na base da socieda<strong>de</strong> patriarcal em que vivemos. Quando lemos as notícias, é recorrente surgir o<br />

ciúme, as atitu<strong>de</strong>s possessivas, o controlo, a incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lidar com o sentimento <strong>de</strong> perda como<br />

“explicações” para os assassinatos <strong>de</strong> mulheres. Temos leis. Temos planos contra a violência <strong>de</strong> género.<br />

Mas não po<strong>de</strong>mos tolerar o massacre que é a vida, as vidas <strong>de</strong> milhares e milhares <strong>de</strong> mulheres. A<br />

lei não basta; por isso, os membros da socieda<strong>de</strong> têm que intervir, <strong>de</strong>nunciar e não fechar os olhos.<br />

A prevenção é fundamental, as campanhas, todos os meios que eduquem para o respeito, a não<br />

discriminação, a cidadania têm <strong>de</strong> ser constantes e eficazes. A justiça tem que ser rápida e tem que<br />

dar sinais claros <strong>de</strong> que protege as vítimas e pune os agressores. Assim, a Câmara Municipal <strong>de</strong> Torres<br />

Novas, reunida a 10 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 2014, Dia Internacional dos Direitos Humanos, <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>: 1.<br />

Recordar e homenagear todas as mulheres assassinadas. 2. Apelar aos cidadãos e às cidadãs para que<br />

se mobilizem contra este crime. 3. Proce<strong>de</strong>r à elaboração <strong>de</strong> um Plano Municipal Contra a Violência<br />

<strong>de</strong> Género.” A Câmara <strong>de</strong>liberou, por unanimida<strong>de</strong> (sete votos), aprovar a Moção apresentada.<br />

Torres Novas, 10 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 2014

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!