4 Anos de Intervenção Autárquica
O que o Bloco de Esquerda de Torres Novas fez em 4 de Intervenção Autárquica
O que o Bloco de Esquerda de Torres Novas fez em 4 de Intervenção Autárquica
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4 anos <strong>de</strong> intervenção autárquica<br />
235<br />
Prédio 1<br />
Em 1961, a Câmara Municipal <strong>de</strong> Torres Novas adquiriu uma primeira parcela <strong>de</strong> terrenos na Várzea<br />
dos Mesiões/Cancela do Leão à família São Gião, com a área <strong>de</strong> 44 445m2 e pelo valor <strong>de</strong> 242 contos;<br />
Em 1963, <strong>de</strong>ste terreno ven<strong>de</strong>u 5400m2 aos CTT, para instalação <strong>de</strong> imóvel da empresa; Em 1969,<br />
ven<strong>de</strong>u mais uma parcela <strong>de</strong> 5000m2 aos CTT; Deste terreno, saíram nos anos 90 mais 5000m2 para<br />
o Nersant (artigo urbano), <strong>de</strong>stinados à implantação da se<strong>de</strong> da associação<br />
Prédio 2<br />
O terreno, o segundo a ser comprado pela autarquia naquela zona, com a área <strong>de</strong> 18 715m2, foi<br />
adquirido pela câmara por arrematação judicial e pelo valor <strong>de</strong> 3810 contos; Por escritura ref.<br />
02/14/83773, <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 2006, proce<strong>de</strong>u-se à alienação <strong>de</strong>ste terreno;<br />
Junção das parcelas<br />
No ano <strong>de</strong> 2000, entretanto, a câmara municipal tinha promovido a junção dos dois terrenos, a<br />
segunda parcela e o que restava do primeiro terreno, tendo sido atribuída a área <strong>de</strong> 51 720m2 aos<br />
terrenos ainda património do município;<br />
Os terrenos passam à proprieda<strong>de</strong> do Nersant<br />
Em 2006, por escritura <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> Dezembro, todo o terreno foi dado à Nersant, sob a figura “<strong>de</strong><br />
dação <strong>de</strong> imóvel em pagamento <strong>de</strong> dívida”.<br />
A câmara assumia que <strong>de</strong>via uma quantia, não quantificada e não caracterizada na escritura,<br />
no âmbito <strong>de</strong> um protocolo que havia assinado em 1999 e aprovado por <strong>de</strong>liberação <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong><br />
Setembro <strong>de</strong> 1999;<br />
Na escritura <strong>de</strong> dação em pagamento <strong>de</strong> dívida, a câmara municipal dá à Nersant uma parcela <strong>de</strong><br />
terreno com a área <strong>de</strong> 48 950m2 especificando que é “para construção urbana” e que no momento<br />
está registada na matriz predial da freguesia <strong>de</strong> Santa Maria com o número P3534; Na escritura, dizse<br />
que os terrenos foram avaliados em 91 mil euros; Nessa escritura, obriga-se ainda o Município a<br />
dar cumprimento a todas as condições previstas no protocolo <strong>de</strong> 1999.<br />
Conclusão<br />
A Nersant é proprietária <strong>de</strong> todos os terrenos que se avistam, envolventes do seu pavilhão, da sua<br />
se<strong>de</strong> e da escola profissional. Esses terrenos foram avaliados em dois euros por m2, terrenos, notese,<br />
passíveis <strong>de</strong> serem usados para construção urbana, embora estejam em zona consi<strong>de</strong>rada “leito<br />
<strong>de</strong> cheia”.<br />
Com toda esta operação <strong>de</strong> contornos aparentemente duvidosos, o município <strong>de</strong>sfez-se da posse<br />
<strong>de</strong> terrenos estrategicamente importantes no contexto do planeamento da cida<strong>de</strong>, alienando-os por<br />
meio <strong>de</strong> uma avaliação ridícula e para compensação <strong>de</strong> “dívidas” que não são explicitadas, tratando-se,<br />
à partida, e sem mais elementos disponíveis que o neguem, <strong>de</strong> uma operação que lesou o próprio<br />
município e o interesse público.<br />
ESCLARECIMENTO<br />
Em face <strong>de</strong>ste quadro, a vereadora do Bloco <strong>de</strong> Esquerda na Câmara Municipal <strong>de</strong> Torres Novas solicita,<br />
no prazo <strong>de</strong> 20 dias, um cabal e completo esclarecimento <strong>de</strong>stes factos aos serviços competentes<br />
do município e à gestão socialista, nomeadamente:<br />
Que dívidas do município à Nersant, e quem por elas foi responsável, estiveram na origem na entrega<br />
dos terrenos à Nersant? Isto é, quem por actos ou omissões contraiu as alegadas dívidas à Nersant?<br />
Quem <strong>de</strong>liberou aceitar essas dívidas e quem <strong>de</strong>liberou ratificá-las <strong>de</strong> modo a que o município pu<strong>de</strong>sse<br />
alienar terrenos tão valiosos? Quem foram os dirigentes e/ou autarcas que estiveram envolvidos nas<br />
negociações?