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4 Anos de Intervenção Autárquica

O que o Bloco de Esquerda de Torres Novas fez em 4 de Intervenção Autárquica

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4 anos <strong>de</strong> intervenção autárquica<br />

posição <strong>de</strong> “conforto” à maioria socialista, para uma posição que é da sua exclusiva responsabilida<strong>de</strong>.<br />

O mesmo se diga sobre a resposta ao Tribunal <strong>de</strong> Contas que agora se <strong>de</strong>bate e que, só nos últimos<br />

dias do prazo, é apresentada a toda a Vereação. Não houve um período <strong>de</strong> discussão aberta sobre<br />

todas as eventuais soluções, nem se pon<strong>de</strong>rou em coletivo, <strong>de</strong> forma transparente e <strong>de</strong>mocrática.<br />

A maioria socialista quer dar mais este passo numa <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>ira tentativa <strong>de</strong> manter a empresa municipal,<br />

não como ela é, segundo afirmam, mas introduzindo alterações na sua estrutura, <strong>de</strong>volvendo e<br />

solicitando ao Tribunal <strong>de</strong> Contas uma pon<strong>de</strong>ração que, o Tribunal <strong>de</strong> Contas, por sua vez, tinha<br />

solicitado à Câmara Municipal, para que proce<strong>de</strong>sse à dissolução daquela empresa. Pese embora o<br />

pouco tempo para um estudo aprofundado dos documentos apresentados, <strong>de</strong>ixamos aqui algumas<br />

dúvidas, que gostávamos <strong>de</strong> ver esclarecidas e algumas consi<strong>de</strong>rações sobre o seu conteúdo: 1. Será<br />

plausível afirmar que: “(…) a Câmara Municipal <strong>de</strong> Torres Novas reitera o seu empenho na manutenção<br />

da empresa e, em especial neste contexto, o seu interesse em obter o visto prévio do TdC para o<br />

Contrato Programa celebrado entre o Município e a Turrisespaços, E.M.” e <strong>de</strong>pois pedir ao Tribunal<br />

<strong>de</strong> Contas que não se pronuncie sobre aquilo a que está obrigado por Lei, mas que se pronuncie<br />

sobre uma outra coisa futura, que ainda não existe, mas que é <strong>de</strong>sejo vir a fazer?: “ A Câmara Municipal<br />

<strong>de</strong> Torres Novas solicita ao Tribunal <strong>de</strong> Contas que, no processo <strong>de</strong> fiscalização prévia em curso,<br />

efetue o exercício <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>rar o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> reorganização da empresa que propõe e as estimativas<br />

e projeções que nele se baseiam, como se estivesse em causa a constituição «ex novo» <strong>de</strong> uma<br />

empresa local, abstraindo, portanto, da verificação atual dos pressupostos do artigo 62.º da Lei<br />

50/2012, <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> Agosto.” Ou seja, pe<strong>de</strong>-se ao tribunal <strong>de</strong> Contas o Visto Prévio para um Contrato<br />

Programa estabelecido com uma empresa, que entretanto vai alterar a sua estrutura e, como<br />

consequência, o próprio Contrato Programa. 2. Quanto aos “argumentos <strong>de</strong> fundo” – Inconveniência<br />

social e a inoportunida<strong>de</strong> económica-financeira <strong>de</strong> dissolução da Turrisespaços, não são <strong>de</strong>monstrados,<br />

apenas se referindo as parcerias com outras entida<strong>de</strong>s e os “elogios” na comunicação social. Em<br />

abono da verda<strong>de</strong> é preciso dizer que os “elogios na comunicação social” <strong>de</strong>vem-se às ativida<strong>de</strong>s<br />

realizadas, que mereceriam o mesmo elogio, se fossem realizadas pela Câmara Municipal (como aliás<br />

outras são – veja-se por exemplo as ativida<strong>de</strong>s da Biblioteca e do Museu) ou até, as <strong>de</strong>senvolvidas<br />

por clubes e associações como, felizmente, existem muitas no nosso concelho. Nunca esteve em<br />

causa a ativida<strong>de</strong> da Turrisespaços, mas sim o facto <strong>de</strong> ser uma empresa municipal e a forma como<br />

geriu e gere, algumas ativida<strong>de</strong>s (por exemplo o PAPAF, os apelos ao voluntariado, …). Mas, num<br />

esforço teórico, observemos as propostas para a “nova empresa”: • Afirma-se no texto que, o<br />

Município encomendou “ainda no ano <strong>de</strong> 2013, um estudo in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e competente que projetasse<br />

o futuro financeiro da empresa” – porque é que este estudo só aparece agora, com a data <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong><br />

Agosto? Se foi solicitado com a <strong>de</strong>vida antecedência, porque não foi consi<strong>de</strong>rado na realização do<br />

contrato-programa? • “A viabilização da empresa <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da transferência dos edifícios, terrenos e<br />

equipamentos básicos, afetos aos 5 equipamentos, para o Município. Esta transferência tem um<br />

impacto significativo nos subsídios a receber, que é compensado pela diminuição <strong>de</strong> custos relativos<br />

a amortizações e a investimentos com estes equipamentos. No entanto, a Turrisespaços <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong><br />

ter o controlo sobre os imóveis on<strong>de</strong> as suas ativida<strong>de</strong>s são <strong>de</strong>senvolvidas” (conclusão do Estudo e<br />

ver também pág. 4 do texto assinado pelo Presi<strong>de</strong>nte). O que é que isto significa? O Município fica<br />

com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> afetar os edifícios a várias entida<strong>de</strong>s privadas e associações – temos a Câmara<br />

a concorrer com a Turrisespaços? Não tem impacto nos objetivos da empresa? Qual vai ser a tabela<br />

<strong>de</strong> preços dos equipamentos? Haverá preços diferenciados para a Turrisespaços e para as coletivida<strong>de</strong>s,<br />

por exemplo? Questão dos subsídios aos Clubes e Associações: • Os clubes po<strong>de</strong>m “comprar”<br />

serviços à Turrisespaços com o subsídio que recebem da Câmara. • Mas a Câmara po<strong>de</strong>, também<br />

ela, “ven<strong>de</strong>r” esses serviços diretamente aos Clubes? • Vai existir um contrato <strong>de</strong> gestão dos<br />

equipamentos com a Turrisespaços? • Prevê-se algum tipo <strong>de</strong> concessão dos equipamentos à<br />

Turrisespaços? • As rendas a pagar pela Turrisespaços previstas na página 32 do estudo são anuais,<br />

mensais? E implicam o quê? Em resultado da discussão <strong>de</strong>sta reunião <strong>de</strong> Câmara e perante todas as<br />

evidências apresentadas e dúvidas não respondidas, fica-nos ainda a estranheza, que suscita um dos<br />

principais argumentos da maioria socialista, face ao cenário da internalização da empresa municipal

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