02.08.2017 Views

4 Anos de Intervenção Autárquica

O que o Bloco de Esquerda de Torres Novas fez em 4 de Intervenção Autárquica

O que o Bloco de Esquerda de Torres Novas fez em 4 de Intervenção Autárquica

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

70<br />

4 anos <strong>de</strong> intervenção autárquica<br />

Incluir neste barco uma empresa municipal não se afigura metodologicamente sério, tratando-se <strong>de</strong><br />

um mero malabarismo; O aumento sensível das receitas <strong>de</strong> bilheteira e do número <strong>de</strong> espectadores<br />

do teatro Virgínia po<strong>de</strong>rá ser um sintoma <strong>de</strong> que a empresa po<strong>de</strong>ria ter viabilida<strong>de</strong> financeira se<br />

concentrasse a sua activida<strong>de</strong> apenas no objecto inicial; a conta parcial do teatro Virgínia é a que<br />

apresenta melhor rácio entre receitas, encargos e montantes relativos às contribuições financeiras<br />

do município; Na activida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sportiva, a diminuição <strong>de</strong> receitas dos equipamentos <strong>de</strong>dicados à<br />

activida<strong>de</strong> estritamente <strong>de</strong>sportiva (pavilhão <strong>de</strong> Riachos e ginásio municipal) <strong>de</strong>ve-se à diminuição<br />

da ocupação dos clubes por via do elevado preços das tarifas, facto que aconteceria <strong>de</strong> igual forma<br />

com o palácio dos <strong>de</strong>sportos e o estádio municipal, se estivessem sob a tutela da empresa. Não é<br />

sério dizer que as baixas ocupações <strong>de</strong>stes espaços se <strong>de</strong>vem ao facto <strong>de</strong> serem utilizados quase<br />

em exclusivo em horário pós-laboral e por clubes, pois, como se sabe, esses equipamentos foram<br />

construídos para serem utilizados exactamente <strong>de</strong>ssa forma e preferencialmente para esses utentes<br />

e não outros; Na análise ao impacto da activida<strong>de</strong> da empresa na imprensa na comunicação social,<br />

e nomeadamente na imprensa local, o relatório engana os seus leitores ao dizer que as notícias da<br />

activida<strong>de</strong> da empresa foram dadas “sobretudo pelo “O Almonda”, quando os dois semanários do<br />

concelho estão praticamente a par, em or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za, nas notícias publicadas (181 e 141),<br />

a uma distância avassaladora dos outros jornais locais, regionais e nacionais; Não nos parece uma<br />

prática saudável a apresentação <strong>de</strong> quadros, por exemplo dos gráficos <strong>de</strong> barras (ao nível da escolha<br />

e da dimensão quantitativa dos intervalos) <strong>de</strong> acordo com a intenção <strong>de</strong> dar uma ilusão <strong>de</strong> pouco<br />

<strong>de</strong>créscimo <strong>de</strong> alguns parâmetros e <strong>de</strong> um ilusório aumento <strong>de</strong> outros, como no caso da análise à<br />

feira dos frutos secos: no quadro total <strong>de</strong> visitantes, os intervalos são <strong>de</strong> dois milhares, pelo que<br />

nas barras não é muito significativamente visível a <strong>de</strong>scida <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 11 mil visitantes para cerca<br />

<strong>de</strong> 8000; já no caso do quadro das receitas <strong>de</strong> bilheteira, os valores são estranhamente colocados<br />

numa escala <strong>de</strong> 50 em 50 euros (completamente bizarro), <strong>de</strong> modo a que um aumento <strong>de</strong> receita<br />

<strong>de</strong> menos <strong>de</strong> 100 euros pareça, olhando-se para as barras, um acréscimo significativo. Na análise ao<br />

número <strong>de</strong> visitantes e da receita da feira medieval recorre-se igualmente a este malabarismo gráfico<br />

para tentar ilustrar um aumento <strong>de</strong> entradas pagas e atenuar a imagem <strong>de</strong> uma quebra <strong>de</strong> receita <strong>de</strong><br />

cerca <strong>de</strong> 20 mil euros. Estas práticas não ajudam a credibilizar o documento. Quanto às campanhas<br />

<strong>de</strong> comunicação, é <strong>de</strong> registar, como no caso da feira medieval, que são gastos milhares <strong>de</strong> euros<br />

em anúncios <strong>de</strong> jornais regionais e outros, quando os jornais locais, aqueles que, por junto, publicam<br />

mais notícias dos eventos, não têm direito a um único cêntimo <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> paga. Finalmente, e<br />

esta é a questão mais importante, no que toca às contas e <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> resultados, mantemos a<br />

nossa posição <strong>de</strong> que um empolamento <strong>de</strong> receitas com vista à <strong>de</strong>scida percentual do financiamento<br />

público e, consequentemente, ao cumprimento da legislação em vigor, que no caso das contas <strong>de</strong><br />

2013 contou ainda com o artifício <strong>de</strong> receitas <strong>de</strong> “activida<strong>de</strong>s-piloto”, realizadas entre Setembro e<br />

Dezembro, por conta <strong>de</strong> um projecto que só posteriormente foi tornado público e constante no<br />

programa <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s da empresa no final do ano por via <strong>de</strong> uma transferência extraordinária <strong>de</strong><br />

fundos da município para a empresa, no mês <strong>de</strong> Dezembro, exactamente para equilibrar as contas<br />

da empresa e cumprir os parâmetros legais, não é uma situação sustentável e será impossível <strong>de</strong><br />

manter ano após ano, mesmo que, para efeitos dos vistos do Tribunal <strong>de</strong> Contas, se vá recorrendo à<br />

criativida<strong>de</strong> contabilística como forma <strong>de</strong> evitar aquilo que, mais tar<strong>de</strong> ou cedo, se afigura inevitável<br />

se, como parece, não forem alteradas as regras <strong>de</strong> enquadramento das empresas municipais.”<br />

Torres Novas, 8 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2014<br />

Proposta do Bloco <strong>de</strong> Esquerda<br />

para a viabilização da Empresa Municipal<br />

Consi<strong>de</strong>randos: O Bloco <strong>de</strong> Esquerda reafirma a sua posição <strong>de</strong> princípio <strong>de</strong> que as atribuições<br />

municipais <strong>de</strong>vem ser asseguradas por serviços municipais: trata-se <strong>de</strong> uma posição eminentemente<br />

política, mas também <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados princípios <strong>de</strong> gestão e <strong>de</strong> organização administrativa

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!