HIPERLEITURA
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132<br />
Hiperleitura e escrileitura<br />
dos pesquisadores, multimídia é isso – a recepção simultânea de múltiplas<br />
mídias –, e a hipermídia existe nesta convergência atual 13 , em que o usuário<br />
é agente, ideias que são pertinentes neste meu ensaio.<br />
Se existe um lugar possível para essa convergência de mídias e suas<br />
linguagens, ele é o ciberespaço – no computador, no smartphone ou nos<br />
tablets. É ali, na tela plana, que todas as mídias interagem sem esquemas<br />
hierárquicos – dados em código binário – em um processo de imbricamento<br />
cujo resultado por vezes é percebido numa forma única: o texto hipermídia,<br />
construído através da navegação do leitor pelos caminhos interconectados<br />
das mídias e seus conteúdos. É a revolução da informação e da comunicação<br />
14 , em cujo cerne está “a possibilidade aberta pelo computador de<br />
converter toda informação – texto, som, imagem, vídeo – em uma mesma<br />
linguagem universal” XI .<br />
Existem inúmeras formas de escrita no ciberespaço, ou melhor, existem<br />
os mais variados tipos de mídias – form as diferentes de expressão, meios<br />
de comunicação, textos de todos os gêneros. Alguns são versões digitais de<br />
objetos que já existem desde há muito em outros suportes, caso do jornal<br />
e do blog 15 , por exemplo. O jornalismo digital surgiu nos anos 1990, quando<br />
a união do computador pessoal com a internet começou a transformar os<br />
hábitos e as relações sociais. Os primeiros webjornais apenas disponibilizavam<br />
na internet parte do conteúdo impresso, depois, passaram a utilizar<br />
os recursos do ciberespaço, inserindo outras mídias – som, imagem, vídeo.<br />
A terceira geração de jornais digitais trouxe versões específicas para a internet,<br />
incluindo canais de comunicação com leitores e interrelação com<br />
redes sociais, como o Twiter e o Facebook. XII<br />
13<br />
Gosto particularmente da definição de hipermídia por Santaella, embora ela a chame de linguagem<br />
e, por tal, de hibridização de linguagens: “A hipermídia mescla textos, imagens fixas e animadas,<br />
vídeos, sons, ruídos em um todo complexo”. Prefiro usar mídias e linguagens, quando penso,<br />
por exemplo, na televisão, que é hibridização de linguagens, mas não é hipermídia – embora esteja<br />
tornando-se (SANTAELLA, Lúcia. Navegar no ciberespaço. O perfil cognitivo do leitor imersivo. São<br />
Paulo: Paulus, 2004, p. 47, 48).<br />
14<br />
Que Santaella chama de Revolução digital.<br />
15<br />
Texto eletrônico disponibilizado em sites específicos que tem o formato similar ao de um diário<br />
pessoal.