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HIPERLEITURA

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Ana Cláudia Munari Domingos 141<br />

intertexto; outros textos estão presentes nele, em níveis variáveis,<br />

sob formas mais ou menos reconhecíveis. XXVI<br />

O conceito de intertextualidade pode, como explica Genette XXVII ,<br />

citando Rifaterre, identificar a própria literariedade, indicando a inerência<br />

do conteúdo intertextual no texto literário, inferência que pode ser<br />

estendida às questões intermidiáticas, como afirma Clüver:<br />

Esse fenômeno é tão comum que já declarei em outro lugar que<br />

“a intertextualidade sempre significa também intermidialidade”<br />

(CLÜVER, 2006, p. 14 ), usando “intertextualidade” em referência<br />

a todos os tipos de texto; é uma forma condensada de dizer que<br />

entre os “intertextos” de qualquer texto (em qualquer mídia)<br />

sempre há referências (citações e alusões) a aspectos e textos<br />

em outras mídias. XXVIII<br />

Assim, no campo da Intermidialidade, podemos relacionar como “referência”<br />

31 a presença de um texto em outro, ou de uma mídia em outra, já que<br />

as relações entre mídias abrangem textos e mídias, estendendo o conceito<br />

de intertextualidade às questões de transposição de fronteiras também<br />

entre os suportes, canais, materiais e instrumentos dos objetos artísticos<br />

e comunicacionais. No caso específico da fanfiction, quando buscamos as<br />

referências ao texto original, ou as formas e os níveis de transitividade entre<br />

a série Harry Potter e a escrita do leitor na internet, estamos trabalhando<br />

na ordem do intertextual – na perspectiva de uma relação transtextual,<br />

conforme Genette –, e da intermidialidade – a partir de uma relação intermidiática,<br />

conforme propõe Irina Rajewski. XXIX<br />

O exemplo da fanfiction como forma transitiva a outro texto e que ainda<br />

tem sua gênese atrelada à utilização de recursos hipermídia – o ciberespaço –<br />

é ideal para que se possa considerar a presença da intermidialidade como um<br />

diferencial na produção de objetos culturais na atualidade – caso da narrativa<br />

transmídia – e nas possibilidades de intervenção pelas audiências. Focalizando<br />

“a intermidialidade como uma categoria para a análise concreta de textos ou<br />

de outros tipos de produtos de mídias” XXX , podemos considerar a qualidade<br />

31<br />

Uma das categorias das relações intermidiáticas propostas por Irina Rajewski, no texto citado.

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