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HIPERLEITURA

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Ana Cláudia Munari Domingos 247<br />

Não tenho nada pra fazer...<br />

E queria ler um livro. Tem jeito melhor pra passar o tempo? (Certo,<br />

não respondam) Então, será que dá pra alguém indicar um?<br />

Escrevam o que vocês estão lendo, ou qual livro vocês gostariam<br />

de recomendar. Assim como as de fanfictions, indicações de livro<br />

nunca são demais.<br />

- Lembre-se de indicar o TÍTULO, o AUTOR (o GÊNERO, se conseguir<br />

definir) e, de preferência, fazer um breve resumo da história.<br />

E, claro, sintam-se à vontade para discutir os livros!<br />

Obrigada a Lara pela ideia do tópico! :)<br />

#<br />

* Por favor, tentem não fugir do assunto LIVROS.<br />

A série Harry Potter volta a ser um caso particular, não apenas porque<br />

figura em primeiro lugar em ambas listas – Crepúsculo está em segundo<br />

nas duas – mas porque a quantidade de fanfics e fóruns é extremamente<br />

superior em relação aos outros. Nos fóruns sobre Harry, o que impera é<br />

o debate sobre as próprias fanfics: sua relação com o original, na medida<br />

em que corrobora as interpretações ou corrompe os ditos do texto, a<br />

constituição dos personagens e a inclusão de outros, a formação de casais,<br />

as perspectivas criativas para as lacunas temporais e os novos enredos. A<br />

interpretação da série dá espaço à interpretação das fanfictions, e o debate<br />

crítico prossegue, nos moldes da prática da pós-produção referida por<br />

Bourriaud: “criar é inserir um objeto num novo enredo, considerá-lo como<br />

um personagem numa narrativa” XLVI .<br />

Justifica-se, assim, o exemplo da série Harry Potter como forma de<br />

mostrar as práticas contemporâneas do leitor juvenil, sinalizando para as<br />

evidências de uma transformação na instância da recepção – o escrileitor<br />

–, e sua produção – o texto híbrido e paradoxal definido no capítulo<br />

anterior. Da mesma forma, essas mudanças estendem-se à estrutura do<br />

sistema literário, a partir da configuração hipermidiática do espaço de<br />

leitura, das implicações na produção de textos e, finalmente, nos modos<br />

de ler do hiperleitor.<br />

O escrileitor é apenas uma figura neste hipercenário em que se transforma<br />

o globo. A sua associação com o leitor juvenil é coerente quando

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