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HIPERLEITURA

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Ana Cláudia Munari Domingos 23<br />

Organizado em quatro capítulos, este livro faz, primeiramente, a apresentação<br />

da série Harry Potter – detalhes sobre a produção e o lançamento<br />

e resumos – e da modalidade de escrita conhecida como fanfiction, ainda<br />

carente da observação e análise acadêmicas. Nos três capítulos seguintes,<br />

discuto as questões teóricas que envolvem pensar uma nova espécie de<br />

recepção e um novo modelo de leitor, a partir do exame do texto. Dessa<br />

forma, no segundo capítulo, tomo a Estética da Recepção como possibilidade<br />

metodológica de análise imanente, tanto do polo textual quanto de<br />

efeito, para encontrar a instância a que chamo de “leitor invisível” – lugar<br />

do leitor no texto, que o conclama à participação 22 . Aqui, substituindo o<br />

termo “implícito”, de Iser, contraponho “leitor invisível” – uma instância<br />

textual – a “hiperleitor” e “escrileitor”, seus interlocutores, que formam e<br />

respondem ao texto, respectivamente. A posterior aparência desse leitor se<br />

torna possível a partir da disponibilidade de um canal de resposta, realizada<br />

na convergência de mídias e no imbricamento das instâncias de produção<br />

e recepção de objetos de leitura – agora a hiperleitura 23 . Os estudos de<br />

Intermidialidade surgem, assim, no terceiro capítulo, como uma das possibilidades<br />

de enxergar as práticas contemporâneas de criação de textos<br />

e as relações transmidiais. Finalmente, no quarto capítulo, a releitura de<br />

Leyla Perrone-Moisés sobre as ideias de Barthes me insurge a pensar em<br />

uma das modalidades da prática hiperleitora como uma espécie diferente<br />

de texto, a escrileitura. Embora desenvolvida nos distantes anos 70, a<br />

demonstração de que a atividade crítica também se mostrava como uma<br />

ação poética 24 , por Perrone-Moisés é, ainda, mais viável quando reunida às<br />

questões sobre as novas formas de produção e recepção de obras artísticas<br />

e de entretenimento, apresentadas no terceiro capítulo.<br />

22<br />

No trabalho de dissertação de mestrado, fiz uma leitura intensiva, sob esse aspecto, do primeiro<br />

livro, análise que se repete aqui, já que aquele é o volume onde incidem muitas lacunas. A leitura<br />

dos volumes seguintes preocupa-se mais com a indeterminação que o fim da série não resolve,<br />

permitindo ao leitor a continuidade de suas entradas no texto.<br />

23<br />

Como eu chamo a prática da leitura de hipermídia. N. k. Hayles chamou de hyper reading o<br />

modo de ler em oposição a close reading, o primeiro significando a leitura em F dos textos digitais<br />

e, o segundo, a leitura típica do impresso, que se fixa em um texto. Para mim, hiperleitura é mais do<br />

que isso, como explico neste livro.<br />

24<br />

Criativa, literária.

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