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HIPERLEITURA

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Hiperleitura e escrileitura<br />

de tecnologias capazes de propiciar a seleção e o consumo individualizados<br />

da cultura, já em oposição à cultura de massa:<br />

Contrariamente a esta que é essencialmente produzida por poucos<br />

e consumida por uma massa que não tem poder para interferir nos<br />

produtos simbólicos que consome, a cultura das mídias inaugurava<br />

uma dinâmica que, tecendo-se e se alastrando nas relações das<br />

mídias entre si, começava a possibilitar aos seus consumidores a<br />

escolha entre produtos simbólicos alternativos. V<br />

Na era da “Cultura das mídias” transformavam-se os processos de produção,<br />

distribuição e consumo de produtos culturais, através de tecnologias<br />

como a do videocassete, fotocopiadora, filmadora, que possibilitavam a que<br />

os usuários complementassem os produtos que consumiam, arrebatando-os<br />

da passividade característica da cultura de massas:<br />

Por isso mesmo, foram esses meios e os processos de recepção<br />

que eles engendram que prepararam a sensibilidade dos usuários<br />

para a chegada dos meios digitais cuja marca principal está na<br />

busca dispersa, alinear, fragmentada, mas certamente uma busca<br />

individualizada da mensagem e da informação. VI<br />

Na cultura digital, além da perspectiva da seleção individualizada,<br />

acrescenta-se a da participação desses usuários, com a possibilidade, não<br />

apenas, do acesso a uma diversidade de objetos culturais – expandida<br />

pela convergência midiática –, mas de uma resposta efetiva por parte dos<br />

usuários, que então dispõem de meios para replicar os textos que consomem.<br />

A partir daí, a questão de pensar o leitor – consumidor, usuário,<br />

cibernauta – como parte ativa do processo de comunicação entre objetos<br />

e seus receptores deixou de ser uma questão reservada à subjetividade<br />

invisível – de um receptor imaginado pelo emissor. Na cultura digital, nesses<br />

termos, a participação é inerente ao usuário: ler no ciberespaço pressupõe<br />

escrever – traçar –vias de sentido.<br />

A ideia de que o leitor é uma instância ativa na configuração de sentido<br />

da obra literária tomou força quando Jauss deu os primeiros passos para<br />

uma prática da crítica baseada no receptor – entidade invisível –, em sua<br />

aula inaugural na Universität Konstanz, em 1967 VII . O próprio Jauss afirmou,

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