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Paulo Pontes, A Arte das Coisas Sabidas - Paulo Vieira

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nome dela quem é amigo dela/ Amigo de Jasão que acenda vela/ em nome dele. Tá entendido?<br />

Agora,/ não pode mais deixar acontecer/ é que o locador, com base legal/ num contrato assim<br />

anti-social,/ venha botar pra fora essa mulher /.../ E já que todo mundo quer falar/ com Creonte<br />

sobre essa prestação/ que nunca acaba, por que não, então/ ir logo duma vez pra matar os dois<br />

assuntos? /.../ Bem, proponho que, sem agitação, a gente vá lá, com comedimento,/ com toda a<br />

calma... /.../ Falar <strong>das</strong> correções e dizer claramente/ que dona Joana é como se fosse a gente.../<br />

Ninguém vai tirar ela do lugar,/ não. Quem tá de acordo levanta a mão” (p. 31 e ss).<br />

P) O povo da Vila, liderado por Egeu, vai ao confronto com Creonte. Porém, não espe-<br />

ravam que Creonte os recebesse, perdoasse as dívi<strong>das</strong>, anunciasse melhorias no conjunto habi-<br />

tacional (tudo como lhe dissera Jasão), e ainda os convi<strong>das</strong>se para trabalhar na festa de casa-<br />

mento de Jasão e Alma. Com essa manobra, Creonte desmobiliza a revolta, desmantela a lide-<br />

rança de Egeu:<br />

“EGEU - Então, Joana, o que Creonte fez/ me pegou de surpresa. Não sei/ como ele, tão ranzin-<br />

za, esta vez/ soube ceder. Nunca imaginei/ que o velho fosse capaz de abrir/ mão de alguma<br />

coisa pra conter/ a insatisfação. Agora é agir/ com paciência. /.../ com essa manobra ele nos<br />

deixa/ falando sozinhos para o vento,/ dá a impressão que toda a minha queixa/ é queixa de ve-<br />

lho rabugento” (p. 139 e ss).<br />

Q) Ao final, Creonte vence. Jasão vence. Na festa de casamento, Creonte faz Jasão sen-<br />

tar na cadeira do seu poder. É a resultante da tragédia brasileira:<br />

“CREONTE - Atenção, pessoal, vou falar rapidamente/ Jasão... vem cá... Meus caros amigos,<br />

agora,/ aproveitando a ocasião e aqui na frente de todo mundo, quero anunciar que de ora/ em<br />

diante a casa tem novo dono. A cadeira/ que foi de meu pai e foi minha vai passar/ pra quem<br />

tem condições, e que é de minha inteira/ confiança, para poder continuar a minha obra” (p.<br />

168).

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