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Paulo Pontes, A Arte das Coisas Sabidas - Paulo Vieira

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1. Teatro<br />

Enquanto desenvolvia seu trabalho na televisão, <strong>Paulo</strong> <strong>Pontes</strong>, paralelamente, escrevia<br />

para teatro. A postura de homem de teatro, de pensador da cultura, de estudioso do fenômeno<br />

teatral e sua história, a defesa intransigente do teatro e do autor nacional, a sua luta contra a<br />

censura, já o apontavam como um dos líderes da classe teatral, aquele que muitas vezes era<br />

chamado para discutir os seus problemas.<br />

Era intensa sua atividade profissional no início da década de 70. Ao lado da constante<br />

atividade, e para atormentá-lo, agravavam-se os problemas de saúde que, aliás, sempre fora o<br />

seu ponto fraco.<br />

Bem sucedido na televisão e no show business, faltava, contudo, a <strong>Paulo</strong> <strong>Pontes</strong> firmar-<br />

se em outra área do seu interesse: o teatro. Até então tinha conseguido experimentar o valor de<br />

suas teorias aplica<strong>das</strong> ao teatro, embora dominasse a linguagem e defendesse os seguintes pres-<br />

supostos:<br />

Primeiro: existe um grande público para o teatro.<br />

Segundo: esse público carece ser conquistado.<br />

Terceiro: para isso, o teatro precisa falar uma linguagem de fácil compreensão.<br />

Quarto: essa linguagem tem, necessariamente, de estar adequada ao momento histórico<br />

que o país vivia.<br />

Quinto: finalmente, ligada à tradição do teatro brasileiro, ou seja, à comédia de costu-<br />

mes, ou de sua tendência em lidar com o conhecido.<br />

A montagem de Paraí-bê-a-bá serviu como ensaio para formulação de sua teoria, ou de<br />

seus princípios básicos. Acontece que aquela peça fora montada em 1968 e na Paraíba. <strong>Paulo</strong><br />

<strong>Pontes</strong> vivia no Rio de Janeiro, e era aí que se encontrava, consideravelmente, o grande público<br />

que ele ambicionava para o teatro e, em particular, para o seu teatro.<br />

A oportunidade aconteceu quando Milton Morais foi procurá-lo para encomendar uma<br />

peça. Milton Morais, depois de uma marcante atuação em Pedro Mico, de Antônio Callado,<br />

estava há algum tempo parado. Mas tinha idéia sobre um texto que gostaria de ver escrito, um<br />

tema muito em moda o qual pensava apresentar. Foi a <strong>Paulo</strong> <strong>Pontes</strong> e aí nasceu Um Edifício<br />

Chamado 200.

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