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Paulo Pontes, A Arte das Coisas Sabidas - Paulo Vieira

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O marido de Célia, Magalhães, não quer que ela testemunhe. É perigoso. Célia escreve<br />

dizendo que quer testemunhar: conhecera, desde pequena, o jornalista assassinado. O marido<br />

concorda, elogiando a coragem de sua mulher.<br />

Já existe um suspeito do crime: <strong>Paulo</strong> Mãozinha, rei da Baixada, e que perdera uma mão<br />

num tiroteio entre marginais, em 1958.<br />

O marido sente medo de deixar Célia sozinha. Mas precisa sair. É médico e tem duas<br />

operações marca<strong>das</strong> no hospital. Antes, avisa que ir passar no Distrito Policial e pedir para um<br />

soldado montar guarda em sua casa, até a sua volta. Sai.<br />

Entra um homem vestido de policial. Muito gentil, pede para que Célia examine algu-<br />

mas fotografias, a fim de identificar o criminoso. Célia se recusa. Só o faria diante de testemu-<br />

nhas. O policial insiste. Toca o telefone. É o marido dizendo que só agora teria chegado ao Dis-<br />

trito, que ela ficasse tranquila, um policial já iria para lá. Célia tenta comunicar-se batendo com<br />

um lápis no fone. Célia volta para a sala. Aponta para o policial o homem que ele lhe mostra,<br />

entre outras fotos. O policial tem um couro preto envolvendo o seu punho. Célia compreende<br />

tudo: aquele é <strong>Paulo</strong> Mãozinha, rei da Baixada, que mandara matar o jornalista por causa de<br />

umas reportagens que ele fizera.<br />

Célia corre para o quarto. Tranca a porta. Liga para a polícia. Só consegue bater com o<br />

lápis no fone. <strong>Paulo</strong> Mãozinha força a porta. Célia com muito esforço consegue encostar à porta<br />

um pesado móvel. <strong>Paulo</strong> Mãozinha aos poucos força a abertura da porta. Célia está desespera-<br />

da. Do lado de fora, o policial que veio a mando, bate à porta. Célia está acuada em sua angús-<br />

tia muda. <strong>Paulo</strong> Mãozinha consegue abrir a porta do quarto onde Célia se refugiara. Célia grita.<br />

O policial ouve o grito de Célia, e força a porta. Célia tenta enfrentar <strong>Paulo</strong> Mãozinha, atraca-se<br />

com ele numa luta corporal. O policial ouve os gritos de Célia, tira o revólver, atira na fechadu-<br />

ra, entra na casa, vai ao quarto, vê Célia numa luta impotente contra <strong>Paulo</strong> Mãozinha. O polici-<br />

al, com a coronha do seu revólver, acerta na cabeça do bandido, que cai desfalecido. Célia corre<br />

ao telefone, liga para o hospital, chama o marido. Célia, no desespero de sua luta, perde o trau-<br />

ma da fala. Conta ao marido o que acabara de acontecer.

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