Paulo Pontes, A Arte das Coisas Sabidas - Paulo Vieira

More documents

Recommendations

Info

nosso caso; quem fracassou foi nossa racionalidade estreita. Agora é preciso reinstrumentalizá- la. A linguagem, instrumento do pensamento organizado, tem que ser enriquecida, desdobrada, aprofundada, alçada ao nível que lhe permita captar e revelar a complexidade de nossa situação atual. A palavra, portanto, tem que ser trazida de volta, tem que voltar a ser nossa aliada” (p. xix).
O Desfecho da Festa “Quem tem um sonho não dança” Cazuza A necessidade de recuperar a palavra objetivava melhor racionalizar o ser nacional, lan- çar luz sobre quem somos nós, os brasileiros. Só assim seria possível determinarmos o nosso destino. Por isso, a sua constante preocupação com os problemas da cultura: “A visão unilateral do popular ou do nacional (confusão que tem sido feita por muita gente que escreve sobre arte e cultura popular) leva, inevitavelmente, a uma posição estreita, por mais sincera que seja. Há cultura nacional e popular na luta do Pe.Ventura, do ator Vasques, em Martins Penna, na comé- dia dos anos trinta, em Humberto Mauro, no estilo de representar de Jaime Costa, de Oscarito, em tantos filmes do Cinema Novo, na antológica música carnavalesca dos anos 30-40, na dra- maturgia do Arena, no Glauber, em Zé Celso, em Chico Buarque, em Caetano, em Paulinho da Viola etc.” 150 . Era preciso quebrar o conceito de elite, de uma cultura fechada, aurática, dominada por uns poucos, praticada por uns tantos, refugiada em recintos pequenos, afastados, distantes da sensibilidade inquieta do grande público: “Nós escrevemos e representamos, hoje, sem referên- cia concreta diante de nós. Encerrado em boutique de Zona Sul, fazendo teatro para o mesmo público, sempre, e um público altamente homogeneizado, nossa pesquisa vai ficando cada vez mais abstrata. Se você tem um público diversificado, com responsabilidades sociais, um público 150 PONTES, <strong>Paulo</strong>. “O último artigo”. Op. cit.
Page 1 and 2:
Paulo Pontes: A Arte das Coisas Sab
Page 3 and 4:
Conteúdo Apresentação ..........
Page 5 and 6:
Paulo Pontes não concordava com um
Page 7 and 8:
PRIMEIRA PARTE RODÍZIO OU O EXERC
Page 9 and 10:
Paulo Pontes, ao mesmo tempo em que
Page 11 and 12:
seram ficar. Em João Pessoa, Paulo
Page 13 and 14:
O Brasil é um país de muitos paí
Page 15 and 16:
vra é, em si, a expressão mais im
Page 17 and 18:
SPEAK - Como o programa é de graç
Page 19 and 20:
mo ator na peça de Hermilo Borba F
Page 21 and 22:
3. A Palavra que Gera Mas não é s
Page 23 and 24:
conversa teria nascido o convite pa
Page 25 and 26:
al, após o contacto com Sartre (es
Page 27 and 28:
contavam com o apoio da população
Page 29 and 30:
Segundo Deocélia Vianna, mãe do V
Page 31 and 32:
víamos o prédio ser tomado, pulam
Page 33 and 34:
tanto fazia falar à classe média
Page 35 and 36:
para as produções ambiciosas. Jo
Page 37 and 38:
SEGUNDA PARTE PARAÍ-BÊ-A-BÁ OU A
Page 39 and 40:
tável senso de observação do rea
Page 41 and 42:
atribui à sua ignorância o diálo
Page 43 and 44:
“PLAY-BACK - /.../ Sua conquista,
Page 45 and 46:
ATOR 2 - Zé Gonçalves, seu criado
Page 47 and 48:
CAPATAZ - ESCOLHENDO; Você, você,
Page 49 and 50:
“ATOR - Mas, apesar de todas as a
Page 51 and 52:
a um mínimo de cumprimento do deve
Page 53 and 54:
pouco de pessedismo não faz mal a
Page 55 and 56:
ela voltou-se contra si mesma, cont
Page 57 and 58:
Os outros dois pontos problemático
Page 59 and 60:
jou até João Pessoa. Ouviu um pro
Page 61 and 62:
“Quem pretende visitar Itamaracá
Page 63 and 64:
tema da TV é aquele que diz respei
Page 65 and 66:
seus dramas sentimentais, e uma gra
Page 67 and 68:
trânsito e fila para assistir a um
Page 69 and 70:
NELSINHO - Bebe mais, Raimundão. (
Page 71 and 72:
condê-lo do avô figura enigmátic
Page 73 and 74:
Outro corte na sequência e a cena
Page 75 and 76:
1.3 - Um Homem Chamado 320 Talvez e
Page 77 and 78:
“320 - Calma... Calma, meu pessoa
Page 79 and 80:
desequilibrado, não é assim que s
Page 81 and 82:
“MILENA - Diz logo o que você qu
Page 83 and 84:
O marido de Célia, Magalhães, nã
Page 85 and 86:
samba que pediram permissão para e
Page 87 and 88:
1.10 - Balanço Parcial: Em Favor d
Page 89 and 90:
Ao lado da mudança qualitativa em
Page 91 and 92:
e a lei, aberto desde o Prometeu de
Page 93 and 94:
sério. Pelo contrário, o espectad
Page 95 and 96:
QUARTA PARTE TEATRO OU AS COISAS SA
Page 97 and 98:
2. Um Edifício Chamado 200 Paulo P
Page 99 and 100:
Esportiva. É com a introdução de
Page 101 and 102:
2.2 - Um texto de auto-referência
Page 103 and 104:
2.2.2 - Paraí-bê-a-bá Por ser-lh
Page 105 and 106:
KARLA - Como é que você pode dar
Page 107 and 108:
cionar o momento difícil do teatro
Page 109 and 110:
Ao mesmo tempo que a peça estava s
Page 111 and 112:
Paulo, como sempre de saúde frági
Page 113 and 114:
sos ridículos de censura, mas, par
Page 115 and 116:
movimento incessante e permanente d
Page 117 and 118:
forma que cada questão surge após
Page 119 and 120:
na grama, não cuspa no chão, não
Page 121 and 122: 4. Dr. Fausto da Silva gel. Esta pe
Page 123 and 124: vimentista vem causando no car ter
Page 125 and 126: “THIAGO - A história que eu quer
Page 127 and 128: 4.2 - A frase-chave que desvenda a
Page 129 and 130: tentativa de dar aparência natural
Page 131 and 132: Primeiro: Qorpo-Santo, pelo absurdo
Page 133 and 134: quantia de quarenta por cento da re
Page 135 and 136: capacidade de fato. Mas não é cap
Page 137 and 138: Mas os dois velhos são profundos c
Page 139 and 140: 6.1 - O problema da criação É ev
Page 141 and 142: Um pouco antes, Chico disse ao pró
Page 143 and 144: B) Em Vianinha, Medeia pede para Do
Page 145 and 146: deia tem casa que, aliás, não pag
Page 147 and 148: Em Eurípides, Egeu é rei de Atena
Page 149 and 150: H) Em Vianinha, Medeia vê Jasão a
Page 151 and 152: “MEDEIA - /.../ Mandar-lhe-ei os
Page 153 and 154: “MEDEIA - Amigas, está decidido
Page 155 and 156: Mas não foi para contar uma histó
Page 157 and 158: XULÉ - Alguém tem que falar com s
Page 159 and 160: JASÃO - Eu não acho nada,/ quer d
Page 161 and 162: “XULÉ - A gente ia mesmo te proc
Page 163 and 164: se cruzam. A partir desse momento,
Page 165 and 166: 6.4 - A gota que falta A segunda a
Page 167 and 168: dade com a oprimida Joana-Medeia, c
Page 169 and 170: 6.6.1 - A ascensão da classe médi
Page 171: que tentar, de todas as maneiras, a
Page 175 and 176: Paulo queria, entre outras coisas,
Page 177 and 178: Cronologia 1940 - Nasce Vicente de
Page 179 and 180: - Paulo Pontes volta para a Paraíb
Page 181 and 182: 1981 - A Associação Carioca de Em
Page 183 and 184: - C/ VIANNA FILHO, Oduvaldo & COSTA
Page 185 and 186: - MENDES, Oswaldo. “A difícil ar
Page 187 and 188: - Ciclo de Debates do Teatro Casa G
Page 189 and 190: - BERTHOLD, M. Historia Social del
show all

Paulo Pontes, A Arte das Coisas Sabidas - Paulo Vieira

Create successful ePaper yourself

Delete template?

Save as template?