14.04.2013 Views

Paulo Pontes, A Arte das Coisas Sabidas - Paulo Vieira

Paulo Pontes, A Arte das Coisas Sabidas - Paulo Vieira

Paulo Pontes, A Arte das Coisas Sabidas - Paulo Vieira

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

conversa teria nascido o convite para que <strong>Paulo</strong> <strong>Pontes</strong> fosse viver no Rio, onde vivia e traba-<br />

lhava Vianinha.<br />

No final do mês de março do ano de 1964, <strong>Paulo</strong> <strong>Pontes</strong> desembarcou no Rio de Janeiro.<br />

No Rio, foi surpreendido, como todo mundo, com a notícia de que o Presidente João<br />

Goulart fora deposto.<br />

Surpreendido pelo golpe na incipiente democracia brasileira, na esperança de tantos jo-<br />

vens de fazer um país dinâmico à sua imagem, <strong>Paulo</strong> <strong>Pontes</strong>, mesmo que quisesse, não poderia<br />

voltar para a Paraíba. Estava no Rio e aí ficaria. Tinha 24 anos e seria testemunha ocular de um<br />

dos mais brilhantes períodos que o teatro brasileiro viveria. Se no curto espaço que conheceu de<br />

democracia relativa, pôde exercitar no rádio e na CEPLAR a linguagem da palavra, esta pala-<br />

vra, a partir da nova conjuntura política imposta ao país, assumiria paulatinamente um outro<br />

discurso, o da resistência, do comprometimento moral do homem com a liberdade, o discurso<br />

abundante e lógico de um homem que chega a usar a palavra como veículo de educação, mes-<br />

mo que seja a educação incerta em um tempo ruim, um discurso que vai ressaltar a necessidade<br />

teimosa da sobrevivência por cima de pau, por cima de pedra. A palavra pela pedra.<br />

5. O Fio da História<br />

O período que vai de 1960 até 1964 foi de muito conflito para a sociedade brasileira.<br />

Primeiro, político, gerando uma espécie de atordoamento da sociedade diante da renúncia de<br />

Jânio Quadros, sete meses após ter sido eleito com um número expressivo, para a época, de seis<br />

milhões de votos.<br />

Segundo, econômico, gerado pela necessidade de um país tão grande crescer à altura de<br />

suas potencialidades, desenvolvendo a sua economia, a sua indústria, os seus bens de consumo<br />

para uma crescente classe média (nesse sentido, o governo Juscelino Kubitschek teria dado os<br />

primeiros passos, com a implantação da indústria automobilística).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!