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LUIZ GONZAGA DE ALVARENGA - Webnode

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no qual ela é gravada em discos ou em fitas magnéticas. A partir daí sua reprodução<br />

depende unicamente do ouvinte.<br />

Este fato novo da reprodução mecânica da música não garante, ao contrário do que<br />

se possa pensar, um acabamento final e definitivo à obra musical, pois novas<br />

dificuldades se introduzem, como as diferenças acústicas ambientais entre o local da<br />

gravação (feita em ambientes acústicos ideais, os estúdios de gravação) e o local da<br />

reprodução (geralmente ambientes domésticos, de acústica pobre), bem como as<br />

diferenças provenientes do equipamento utilizado na reprodução, sempre inferior ao<br />

utilizado na gravação. Além disso, duas gravações diferentes, realizadas com<br />

orquestras (executantes) e maestros diferentes nunca são iguais; cada obra gravada traz<br />

como que a assinatura musical do maestro ou da orquestra que a executou (vide item<br />

seguinte).<br />

A obra musical não se desvincula do veículo de sua execução. Isto diz respeito aos<br />

instrumentos musicais mais convenientes à expressão das diversas formas musicais, o<br />

que naturalmente implica em dizer que a gama de emoções que o compositor deseja<br />

transmitir com a sua obra exige um instrumental próprio capaz de exprimir a história<br />

delineada na obra musical, com todos os fatos, impressões e sentimentos que lhe são<br />

inerentes. Uma música sacra, por exemplo, somente pode ser executada<br />

convenientemente em um órgão; jamais em uma guitarra elétrica. 271 Com relação aos<br />

sentimentos que se deseja expressar, existem instrumentos adequados a cada um. Se a<br />

flauta está ligada à sensualidade, o oboé e o fagote podem expressar nostalgia ou<br />

melancolia, e o violino, o devaneio e o lirismo. Já o clarinete e o saxofone são<br />

instrumentos que possuem um som másculo e agressivo, próprio dos intelectualmente<br />

inquietos. O som do violoncelo é o preferido pelos intelectuais introspectivos. Os<br />

introvertidos apreciam o som do violão, enquanto que os extrovertidos preferem o<br />

pistom, ou trompete, com o seu som forte e vibrante. E se os intelectuais místicos<br />

preferem o órgão, o piano é claramente o preferido pelos românticos.<br />

Desta maneira, como pode-se ver por todo o exposto, a expressão completa da obra<br />

musical somente atingirá o seu objetivo se utilizar os instrumentos claramente ligados<br />

ao caráter da música que se quer exprimir, separando cuidadosamente suas funções e<br />

enfatizando-os nos movimentos necessários. 272<br />

10.3 – A Estrutura Musical e a Teoria da Informação<br />

O conceito de informação está ligado aos conceitos de código e repertório. Código<br />

é o conjunto de elementos de uma linguagem (linguagem matemática, musical, etc.). O<br />

repertório diz respeito às possíveis combinações dos elementos de um código, que um<br />

sujeito dito receptor é capaz de possuir. Deste modo, a informação é o acréscimo de<br />

novos elementos, ou combinação de elementos ao repertório do receptor. No repertório<br />

deste incluem-se, naturalmente, uma vasta quantidade de códigos, tanto maior quanto<br />

maior seja a complexidade (nível de especialização) do mesmo. A quantidade de<br />

informação transmitida ao receptor é diretamente proporcional à originalidade dos<br />

elementos da linguagem (código) que forem utilizados. Assim, quanto maior a<br />

271<br />

É evidente que esta é uma consideração clássica, normalmente desmentida pelas ousadias da música<br />

da atualidade.<br />

272<br />

E, sem dúvida, a música deve estar inserida no contexto de sua execução. Nos cinema moderno,<br />

como todos os grandes diretores sabem, a trilha sonora tem grande responsabilidade pelo sucesso junto<br />

ao público, da película cinematográfica.<br />

253

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