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LUIZ GONZAGA DE ALVARENGA - Webnode

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A primeira e terceira linhas da pauta traziam no início as notas F (FÁ) e C (DÓ), no<br />

que foi o ponto de partida para o uso de claves. A clave de SOL surgiu no século XII,<br />

passando a ser extensamente usada no século XIII.<br />

Guido de Arezzo sistematizou também a utilização da sucessão diatônica de sons<br />

denominada hexacorde. O hexacorde era constituído por seis sons, e constava de dois<br />

tons, um semitom e dois tons (2t + s + 2t). Havia três modos, iniciados respectivamente<br />

em DÓ, SOL e FÁ, com as denominações de hexacorde natural, hexacorde duro e<br />

hexacorde mole:<br />

Cada um tinha as seguintes características: o hexacorde natural não possuía a nota<br />

SI; o hexacorde duro (hexachordum durum) continha o SI natural, ou duro, que era<br />

representado, na notação de Guido de Arezzo, por neumas em forma quadrada, no<br />

caso, a minúscula b que se denominava b durum ou b quadro (quadrado), da qual se<br />

originou a palavra bequadro; o hexacorde mole continha o SI bemol, que se<br />

representava pela minúscula b com perfil arredondado 309 (ou mole), denominada b<br />

molle, da qual se originou a palavra bemol. O caráter do hexacorde era dado pela<br />

presença ou ausência da nota SI. A mudança de um a outro hexacorde (por extensão da<br />

voz) fazia mudar os nomes das notas (a isto, denominava-se mutação). 310 Como<br />

aparecia somente um semitom, este era chamado MI-FÁ. Assim, os sons anteriores e<br />

posteriores do semitom eram chamados UT-RÉ e SOL-LÁ, independente de sua<br />

entoação real.<br />

Para representar as pausas, um sistema de notação mensural foi desenvolvido. No<br />

início, as pausas (que não tinham um valor exato) eram indicadas por barras curtas no<br />

topo da linha ou linhas usadas. Na notação mensural, as pausas eram mostradas por<br />

linhas verticais que atravessavam a pauta. O número de pulsos era determinado pelo<br />

comprimento da linha vertical: uma pausa de um pulso ocupava um espaço; a de dois<br />

pulsos ocupava dois espaços, etc.<br />

Os nomes das notas (tais como são conhecidas modernamente) 311 surgiram da<br />

solmização 312 do hexacorde, cujo processo de memorização era facilitado pela<br />

entoação da primeira estrofe do hino a S. João Batista. Os nomes das notas resultaram<br />

das sílabas iniciais dos versos. 313<br />

O sistema musical compreendia vinte sons, do grave na primeira linha, clave de FÁ<br />

(nota SOL) ao agudo no quarto espaço, clave de SOL (nota MI). Para auxiliar a fixação<br />

309 Também chamada b rotundum.<br />

310 Ou seja, se o registro se voz se tornava mais grave ou mais agudo, o hexacorde era movido para baixo<br />

ou para cima, para começar em uma outra nota.<br />

311 A notação moderna é chamada de notação ortocrônica, e data principalmente do início do século<br />

XVI, que foi quando as notas começaram a ser escritas em formato arredondado.<br />

312 O processo de solmização foi inventado por John Curwen.<br />

313 Vide item 3.3. A nota Ut foi trocada para DÓ, por Giovani Battista Doni, no século XVII, devido à<br />

sua difícil entoação. A sétima nota, SI, surgiu quando da transição do sistema hexacorde para o de<br />

oitava, no século XVII.<br />

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