15.04.2013 Views

LUIZ GONZAGA DE ALVARENGA - Webnode

LUIZ GONZAGA DE ALVARENGA - Webnode

LUIZ GONZAGA DE ALVARENGA - Webnode

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

passando este a denominar-se canto gregoriano. Ele escolheu e coordenou os cantos,<br />

em função das datas religiosas, com suas festas e cerimônias, em um livro denominado<br />

Antifonário. É-lhe atribuída a determinação dos modos relativos plagais.<br />

O canto gregoriano foi a única forma de música religiosa na Europa durante quase<br />

mil anos; as suas características são a de música puramente vocal, sem<br />

acompanhamento instrumental. É uma música essencialmente diatônica, monódica,<br />

sem contraponto. Além disso, não possui compassos; sua melodia tem origem,<br />

claramente, na oração recitada.<br />

Nos primeiros tempos do Cristianismo, as melodias litúrgicas foram buscadas no<br />

culto hebraico, sendo simplificadas pela retirada do acompanhamento instrumental e<br />

pela eliminação do cromatismo. Estes últimos eram considerados sensuais, pois<br />

recordavam as práticas pagãs gregas (de onde passaram aos hebreus). As melodias<br />

eram cantadas inicialmente em uníssono coral. No século II, as Constituições<br />

Apostólicas instituíram a prática de um solista recitar os salmos, com os fiéis dando<br />

respostas fáceis. Com isto, surgiram diversos processos de cantar a melodia litúrgica: o<br />

solo salmódico, onde só havia participação coral nas doxologias e nas exclamações<br />

finais (Amém; aleluia); o canto responsorial, no qual solo e coro se sucediam, e o canto<br />

antifônico, no qual havia alternância de coros.<br />

Pela sua afinidade com o ritmo oratório, e em função da linha melódica, no sentido<br />

do texto e da respiração, o canto gregoriano admitia uma pequena pausa, denominada<br />

distinção, entre as partes da frase musical. As últimas (ou última) notas da frase eram<br />

alongadas aproximadamente ao dobro dos valores anteriores, que eram mais ou menos<br />

iguais entre si. Segundo a natureza do texto sacro, as melodias do canto gregoriano se<br />

dividiam em diversas espécies, algumas em verso, outras em prosa (salmos, antífonas,<br />

hinos, seqüências), podendo ser silábicas (nos primeiros séculos) ou melismáticas. O<br />

canto gregoriano mais tarde recebeu o nome de Cantochão, ou Cantus Planus, em<br />

razão de os sons serem sempre iguais, tanto na duração quanto na intensidade.<br />

Os mais importantes centros musicais surgiram em Bizâncio, no oriente europeu;<br />

na Síria e Antioquia, na Ásia; em Milão, na Itália; em Sevilha, na Espanha; em<br />

Poitiers, na França; mas a principal foi a Schola Cantorum, fundada em Roma por<br />

Gregório Magno, que foi Papa de 590 a 604.<br />

No período áureo do canto gregoriano, nos séculos VI até VIII, desenvolveu-se a<br />

prática (originada em Bizâncio, no século IV) pela qual uma voz sustentava um som<br />

modal, 303 enquanto uma outra voz entoava a melodia. Com a prática, e do<br />

desenvolvimento das escolas de canto coral, originou-se o costume de uma das duas<br />

vozes do coro entoar o contracanto (vox organalis) de quintas ou quartas paralelas, no<br />

agudo da melodia (vox principalis ou tenor) ou sobre o Cantus Firmus no qual se<br />

baseava o trecho. A esta prática chamavam cantar um Organum, que era um tipo de<br />

composição decorativa, com a finalidade de embelezar cerimônias religiosas (outra<br />

denominação era Diafonia). O Organum era ainda uma melodia essencialmente<br />

monódica; as duas ou três vozes cantavam em paralelismo absoluto, formando<br />

melodias distintas que podiam ser cantadas simultaneamente com a melodia tenor.<br />

Deste modo, ainda não havia harmonia (sucessão de acordes), muito embora<br />

estivessem se formando os seus primeiros e rudimentares esboços. Esta polifonia<br />

rudimentar surgiu das manifestações musicais populares (os trovadores), de onde elas<br />

passaram às igrejas.<br />

303 Tônica, tenor, de tener, manter a melodia.<br />

277

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!