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LUIZ GONZAGA DE ALVARENGA - Webnode

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estruturais do som, e que a dominância do hemisfério para a linguagem pode ser<br />

alterada, com base na estrutura dos sons ouvidos. Com o auxílio de um sintetizador de<br />

sons, ele descobriu que o hemisfério esquerdo é dominante quando as freqüências dos<br />

formantes (picos de freqüência característicos dos sons vocálicos) sejam inarmônicos,<br />

e haja um grau mínimo de modulação de freqüência.<br />

Desenvolvendo suas pesquisas, Tsunoda concluiu que o hemisfério dominante<br />

sofre a influência do ambiente auditivo e lingüístico. Sua mais importante descoberta<br />

foi a de que há uma diferença no perfil da dominância cerebral entre os japoneses, 62<br />

por um lado, e europeus ocidentais, por outro.<br />

Entre os japoneses há uma dominância do hemisfério esquerdo para vogais e<br />

sílabas, e do hemisfério direito para sons de timbre constante e tonalidade pura. Entre<br />

europeus, ocorre o contrário.<br />

Para Tsunoda, as funções da emoção e da linguagem e a função lógica baseada na<br />

linguagem, no povo japonês, apóiam-se no hemisfério verbal, enquanto que o ocidental<br />

especializa a linguagem e as funções lógicas correlatas no hemisfério verbal, mas<br />

separa a emoção no hemisfério não-verbal. No povo japonês, os sons relacionados com<br />

emoção são processados no cérebro esquerdo, cuja dominância aumenta com o<br />

desenvolvimento da fala, inclusive para as funções emocionais, em razão do vínculo<br />

entre sons e experiências relacionadas com a emoção. Como o mesmo ocorre com os<br />

não-japoneses com respeito à dominância do cérebro direito, para sons e funções<br />

relacionadas com emoção, conclui-se que a lateralidade é adquirida por meio da<br />

linguagem materna. Desse modo, entre os japoneses, evidencia-se uma correlação entre<br />

sons relacionados com emoção e experiências relacionadas com emoção, no hemisfério<br />

esquerdo, enquanto que esta correlação, nos ocidentais, evidencia-se no hemisfério<br />

direito. Uma conseqüência interessante é o fato de que o cérebro dos japoneses<br />

processa os sons de instrumentos musicais japoneses no hemisfério esquerdo; já os<br />

sons dos instrumentos musicais ocidentais são processados no hemisfério direito. O<br />

cérebro dos ocidentais, por sua vez, processa no hemisfério direito tanto os sons dos<br />

instrumentos japoneses quanto os sons dos instrumentos ocidentais. 63<br />

62 E incidentalmente, entre polinésios.<br />

63 O jornalista japonês Masaomi Ise, do jornal Japan on the Globe, em 2002 escreveu a respeito deste<br />

assunto, afirmando que a pesquisa de Tsunoda teria descoberto que os sons dos insetos são processados<br />

no hemisfério esquerdo (o da linguagem) entre japoneses, enquanto que, entre ocidentais, os ruídos e os<br />

sons dos insetos são processados no hemisfério direito (o hemisfério ligado à música). Por esta razão, a<br />

linguagem japonesa seria, também, extremamente rica no que se refere aos sons onomatopaicos, ou seja,<br />

aqueles que tentam reproduzir os sons animais e da natureza.<br />

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