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LUIZ GONZAGA DE ALVARENGA - Webnode

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Existe também uma relação entre certos sons graves e agudos: embora difiram em<br />

freqüência, eles soam de maneira semelhante. É o caso, p. ex., de duas notas DÓ<br />

sucessivas de um teclado de piano, que parecem soar igualmente, embora uma seja<br />

mais aguda que a outra. Em relação às suas freqüências, elas possuem uma relação<br />

entre si de 2:1 (dois para 1), ou seja, a mais aguda possui o dobro da freqüência da<br />

mais grave. A distância musical entre elas, ou intervalo musical entre as duas notas, é<br />

chamado de oitava. Assim, existe um intervalo de uma oitava quando a freqüência<br />

superior ou mais alta é o dobro da freqüência inferior. 50<br />

A percepção da freqüência e da sucessão de um som depende de sua duração. Se a<br />

duração de um som de freqüência igual a 1.000 Hz, p. ex., for menor do que 0,04<br />

segundos (40 milissegundos ou 4 centésimos de segundo), ele será percebido como um<br />

som de freqüência mais grave. 51 Se o tempo entre dois sons é insuficiente para<br />

estabelecer a freqüência do primeiro (cerca de 40 milissegundos), antes que o segundo<br />

chegue, o conjunto aparece simultâneo, ao invés de sucessivo. Percebe-se, então, que o<br />

tempo mínimo requerido para que um som puro possa excitar o ouvido, de forma a ser<br />

percebido como tal, está relacionado às suas respostas (do ouvido) a transitórios. 52 Se<br />

um som é ouvido por um tempo muito longo, o cérebro tende a desviar-se de sua<br />

percepção, porque a atenção se relaxa. É o chamado limiar de saturação, que está entre<br />

6 a 10 segundos (na duração do som).<br />

O ouvido humano (ideal) pode perceber até 280 níveis diferentes de intensidades,<br />

bem como é capaz de discriminar cerca de 1.400 intervalos de altura, dentro da faixa<br />

de 20 Hz até 16.000 Hz, e muitas vezes estabelecendo perfeitamente a altura, em<br />

variações de freqüência da ordem de 3 Hz (como o ouvido é mais sensível em<br />

freqüências graves, nesta faixa, mudanças de freqüências de até 1 hz podem ser<br />

detectadas). 53<br />

As curvas (gráfico) de Fletcher & Munson mostradas atrás mostram que a<br />

percepção da menor variação em freqüência, de um modo geral, varia ao longo da<br />

faixa audível; esta percepção depende da freqüência do som, da intensidade sonora, de<br />

sua duração, da velocidade de alteração, e por fim, do treinamento auditivo de cada<br />

individuo.<br />

2.3.2 Discriminação dos sons<br />

Uma outra característica notável do ouvido humano é a sua capacidade de<br />

discriminação de sons. Isto significa que, dentre um complexo de sons<br />

simultaneamente percebidos, o ouvido pode distinguir e separar os sons (desde que não<br />

mascarados por ruídos) que lhe interessam, não obstante a sua confusão aparente (isto,<br />

obviamente, dentro de determinados limites – a discriminação somente será possível se<br />

os sons possuírem, mais ou menos, intensidades iguais).<br />

50 A oitava é sempre a nota que se repete na freqüência metade ou dupla da primeira nota de saída. Deste<br />

modo, MI é a oitava inferior de MI2, e MI3 é a oitava superior desta última (veja-se o próximo capítulo).<br />

51 Ou então ele perde as suas características, não podendo ser discernidas a sua intensidade ou altura. O<br />

limiar de percepção, também chamado de espessura do presente ( Ө ), está entre 0,04 e 0,05 segundos.<br />

52 Transitórios são sons de pequena duração.<br />

53 Esta percepção de variação de freqüência foi determinada experimentalmente, mas apenas na faixa<br />

próximo a 1.000 Hz. Entretanto, a maioria das pessoas, ao redor de 100 Hz, pode detectar mudanças na<br />

freqüência em até 0,3 Hz (3 décimos de Hz). Entre as pessoas de ouvido afinado, afirma-se que Mozart<br />

era capaz de comparar a afinação de um instrumento com outro, ouvido dias antes, e determinar a<br />

variação na afinação em até um quarto de tom.<br />

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