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LUIZ GONZAGA DE ALVARENGA - Webnode

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será realizado em presença do público, por um operador – regente encarregado de realizar a<br />

espacialização cinemática com o auxílio de um aparelho apropriado. (COSME, 1967, p. 112-<br />

119).<br />

12.3.4 O Microtonalismo<br />

A exploração microtonal não é algo recente; já os gregos utilizavam o quarto-detom<br />

no tetracorde enarmônico. Neste século, entre os que conceberam obras<br />

microtonais estão Charles Ives, Richard Stein, Mager, Baglioni, Busoni, Moellendorf,<br />

Wyschnegradsky, Obujov, Fould, Appleby, Partch, Alóis Haba e vários outros, entre<br />

experimentadores da prática de composição microtonal e teóricos microtonalistas.<br />

Um dos teóricos que mais se destacaram foi Juan Carrillo, o qual escreveu uma<br />

profusão de ensaios e tratados para defender suas idéias. Carrillo dividiu o tom em 16<br />

partes, conseguindo com isto a divisão da oitava em 96 partes. Neste sistema, cada<br />

semitom tem 9 partes, um quarto-de-tom tem 5 partes, um oitavo de tom tem 3 partes,<br />

um dezesseis avos de tom tem 3 partes.<br />

O tom, ao ser dividido em quartos, fornece 24 (4 x 6, sendo 6 o número de<br />

intervalos na oitava) sons diferentes por oitava. Dividido em 5, dá 30 sons; em 6, dá 36<br />

sons. Prosseguindo, ao chegar a 10, obtém-se 60 microtons por oitava; nos décimos<br />

estão compreendidos os quintos ( 2 /10), os semitons ( 5 /10) e os tons ( 10 /10). A divisão por<br />

11 é impraticável; na divisão por 12, estão compreendidos os sextos, quartos, terços e<br />

semitons. Na divisão por 15 estão inclusos os terços e quintos de tons. Para 16, a oitava<br />

terá 96 microtons. Os semitons se tornam impraticáveis na divisão ímpar, sendo que<br />

por isto eles só são produzidos na divisão par do tom (4º., 6º., 8º., 10º., 12 avos, 14<br />

avos, 16 avos). Na distância de um tom existem 135 microtons<br />

(16+15+14+13+12+11+10+9+8+7+6+5+4+3+2), o que completa 810 microtons, em 6<br />

tons.<br />

O americano Harry Partch (1901-1974), além de realizar composições microtonais,<br />

dedicou-se igualmente à construção de vários instrumentos próprios para uma escala de<br />

43 sons por oitava (cítaras, marimbas, etc.). Construiu também um harmônio<br />

(chromelodeon) e um órgão (ptolemy).<br />

Uma variação do microtonalismo surgiu com a técnica criada pelo compositor<br />

húngaro Györgi Ligeti, a micropolifonia. A técnica é conhecida como massa sonora<br />

(cluster), em que um grupo de solistas move suas vozes para cima e para baixo, em<br />

tons variados, em uma estrutura que prescinde do ritmo e da melodia, e cuja harmonia<br />

produz variações de timbres vocais no tempo. 376<br />

12.3.5 A música estocástica<br />

Processo estocástico é aquele no qual intervém uma função matemática capaz de<br />

gerar números ao acaso, aleatórios. Para o compositor grego Iannis Xenakis (1922-<br />

2001), de formação matemática, a música estocástica é aquela que é indeterminada em<br />

seus detalhes, mas que ainda assim, tem um propósito determinado e previsível. Deste<br />

modo, ele recusou a pura aleatoriedade, expressa nas obras de John Cage.<br />

Em cada uma de suas composições, Xenakis utilizou o cálculo de probabilidades, a<br />

teoria dos jogos, a teoria dos conjuntos, a álgebra de Boole, a lógica matemática, a<br />

376 Sua obra Lux Aeterna, de 1966, foi utilizada como parte da trilha sonora do filme 2001, de Stanley<br />

Kubrik.<br />

310

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