Faça aqui o download do texto na integra em pdf.
Faça aqui o download do texto na integra em pdf.
Faça aqui o download do texto na integra em pdf.
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
A pobreza não está distribuída de forma homogênea no território <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Com<br />
base nos da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> IBGE/PNAD de 2001, segun<strong>do</strong> Rocha (2003, p. 196), o Norte urbano<br />
participa com 6,51% <strong>do</strong> total de pobres no país, o Nordeste com 41,65%, o Sudeste com<br />
36,36%, o Sul com 7,78% e o Centro-Oeste com 7,70%. Focan<strong>do</strong> <strong>na</strong>s proporções, o<br />
Norte urbano t<strong>em</strong> 40,54% de sua população considerada pobre segun<strong>do</strong> critérios<br />
<strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s pelo IBGE, 10 no Nordeste o valor atinge 50,75% da população, no Sudeste<br />
é de 29,45%, no Sul de 17,87% e no Centro-Oeste a proporção de pobres no total da<br />
população atinge 37,79%. Quanto à localização <strong>do</strong>miciliar, 31,73% da população<br />
residente <strong>na</strong> zo<strong>na</strong> urba<strong>na</strong> são considera<strong>do</strong>s pobres; esta proporção é maior <strong>na</strong> zo<strong>na</strong> rural,<br />
atingin<strong>do</strong> 41,85% <strong>do</strong>s habitantes.<br />
No Rio Grande <strong>do</strong> Sul, 17,35% da população total eram considera<strong>do</strong>s pobres <strong>em</strong><br />
2001. Nos estratos urbano e rural, a proporção de pobres foi de 16,53% e 21,42%,<br />
respectivamente; apesar <strong>do</strong> maior contingente de pobres <strong>do</strong>miciliar no meio urbano, o<br />
rural t<strong>em</strong> a maior parcela de pobres <strong>em</strong> sua população. 11 As áreas de pobreza rural estão<br />
localizadas pre<strong>do</strong>mi<strong>na</strong>nt<strong>em</strong>ente <strong>na</strong>s regiões da Campanha, Serra <strong>do</strong> Sudeste e parte da<br />
Depressão Central (Metade Sul). Estu<strong>do</strong> da Fundação de Economia e Estatística (FEE) 12<br />
aponta os municípios da Serra <strong>do</strong> Sudeste como os de pior des<strong>em</strong>penho relativo ao<br />
Índice de Desenvolvimento Social (IDS). 13 A Serra <strong>do</strong> Sudeste apresenta expressivo<br />
número de peque<strong>na</strong>s propriedades rurais e restrita disponibilidade de meios de<br />
produção, como é o caso <strong>do</strong> município de Canguçu. 14<br />
Compl<strong>em</strong>entan<strong>do</strong> a discussão sobre pobreza, Rocha (2003) ressalta algumas<br />
características <strong>do</strong> perfil dessa porção da sociedade brasileira. Grosso mo<strong>do</strong>, a pobreza<br />
decli<strong>na</strong> com a idade, as famílias mais jovens geralmente têm maior número de<br />
dependentes s<strong>em</strong> r<strong>em</strong>uneração (crianças), implican<strong>do</strong> menor renda per capita e maior<br />
custo com despesas adicio<strong>na</strong>is. A pobreza incide <strong>em</strong> maior proporção nos indivíduos de<br />
cor preta e parda e <strong>em</strong> menor escala sobre os de cor amarela. A correlação entre pobreza<br />
e baixo nível educacio<strong>na</strong>l, apesar da rápida redução <strong>na</strong> taxa de a<strong>na</strong>lfabetismo, continua<br />
evidente. Segun<strong>do</strong> a autora, 70,4% <strong>do</strong>s a<strong>na</strong>lfabetos são pobres. Famílias chefiadas por<br />
mulheres e jovens e de baixo nível de escolaridade colabora para explicar a restrição<br />
quanto ao valor da renda familiar, fatores de vulnerabilidade. Entretanto, as famílias<br />
pobres estão ten<strong>do</strong> maior acesso a bens duráveis (determi<strong>na</strong>ntes <strong>do</strong> nível de b<strong>em</strong>-estar)<br />
como fogão, geladeira e televisão, itens presentes <strong>na</strong> maioria <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios. Quanto à<br />
atividade produtiva, a pobreza está associada a atividades de baixa produtividade,<br />
baixos rendimentos, irregularidade, insegurança e imprevisibilidade de rendimento,<br />
aspectos que estão relacio<strong>na</strong><strong>do</strong>s, de mo<strong>do</strong> geral, à agricultura familiar, já que quase 40%<br />
<strong>do</strong>s pobres, segun<strong>do</strong> a autora, estão ocupa<strong>do</strong>s <strong>na</strong> agricultura de subsistência, está<br />
caracterizada, relativamente, pela baixa qualificação da mão-de-obra e pela baixa<br />
produtividade. 15<br />
10<br />
Insuficiência de renda.<br />
11<br />
Rocha (2003, p. 237-240).<br />
12<br />
Informações referentes a 1991.<br />
13<br />
O estu<strong>do</strong> da FEE-RS apóia-se <strong>na</strong> construção de um indica<strong>do</strong>r de desenvolvimento (IDS) e um de<br />
carência (Índice de Carência Social – ICS). O IDS resulta <strong>do</strong> cálculo de carência média (ICS-média) e<br />
varia de 0 a 1, expressan<strong>do</strong> desde situações de carência absoluta até o desenvolvimento máximo. O ICS é<br />
forma<strong>do</strong> pelas variáveis: taxa de mortalidade infantil, taxa de a<strong>na</strong>lfabetismo e escolarização, PIB per<br />
capita e grau de indigência. Nos municípios da Serra <strong>do</strong> Sudeste, o IDS está <strong>na</strong> casa de 0,1674 (FEE,<br />
1995).<br />
14<br />
Boa parte <strong>do</strong>s municípios de melhor des<strong>em</strong>penho (maior IDS) está localizada <strong>na</strong>s regiões de<br />
colonização al<strong>em</strong>ã e italia<strong>na</strong> (Metade Norte).<br />
15<br />
Salientamos que a redução da inflação e o aumento real da renda, após o Plano Real, colaboraram para<br />
a mudança de perfil <strong>do</strong>s pobres. Rocha (2003, p. 154-162) destaca algumas mudanças no perfil da<br />
pobreza no Brasil entre 1992 e 1999: a) redução da participação de crianças e jovens (de 5 a 19 anos)<br />
3