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melhoria das condições de vida da população e a fixação desta no meio rural seriam<br />

facilitadas.<br />

L<strong>em</strong>bradas pelos agricultores até hoje, músicas e frases de impacto compunham<br />

a gama de instrumentos utiliza<strong>do</strong>s para elevar a auto-estima e a valorização da terra.<br />

Uma das músicas cantarolada durante as entrevistas pelos agricultores que participaram<br />

das reuniões era o “Canto da Esperança” (Letra e adaptação de Olmiro Tavares Dias):<br />

Eu <strong>na</strong>sci <strong>na</strong> agricultura<br />

E plantan<strong>do</strong> me criei<br />

A s<strong>em</strong>ente <strong>do</strong> progresso<br />

A plantar continuarei.<br />

Ai, ai, ai, ai,<br />

Como é bom viver<br />

A vida <strong>do</strong> campo,<br />

S<strong>em</strong> esmorecer.<br />

Na lavoura da esperança<br />

Brilha o sol da liberdade,<br />

Pela estrada da fartura,<br />

Nos chega a felicidade.<br />

Ai, ai, ai, ai,<br />

Como é bom viver<br />

A vida <strong>do</strong> campo,<br />

S<strong>em</strong> esmorecer.<br />

Como estamos uni<strong>do</strong>s,<br />

Com a intenção de trabalhar,<br />

Agrega<strong>do</strong>s continuar<strong>em</strong>os,<br />

Para a vida melhorar.<br />

Ai, ai, ai, ai,<br />

Como é bom viver<br />

A vida <strong>do</strong> campo,<br />

S<strong>em</strong> esmorecer.<br />

Pela letra desta música, pode-se observar algumas palavras-chave, usadas para<br />

inspirar a valorização da agricultura, <strong>do</strong> viver no meio rural, da união <strong>do</strong>s agricultores, e<br />

da esperança e da luta pela felicidade. Trabalhan<strong>do</strong> com a psique das pessoas,<br />

incorporan<strong>do</strong> princípios e valores novos ou esqueci<strong>do</strong>s pela sociedade <strong>do</strong> Rincão <strong>do</strong>s<br />

Maia, destacan<strong>do</strong> as boas qualidades <strong>do</strong> viver da agricultura, e, apesar das adversidades,<br />

viver s<strong>em</strong> esmorecer. De certa forma, esta música utiliza el<strong>em</strong>entos que exaltam o<br />

comprometimento (<strong>na</strong> união e no trabalho) da sociedade local <strong>em</strong> busca de melhores<br />

condições de vida, diríamos um contrato para o progresso e felicidade das pessoas.<br />

Na 1° Agregação de Produtores Rurais <strong>do</strong> Rincão <strong>do</strong>s Maia (Praia <strong>do</strong> Laranjal -<br />

Pelotas), a comissão organiza<strong>do</strong>ra promoveu a eleição da frase mais significativa para a<br />

comunidade <strong>do</strong> Rincão <strong>do</strong>s Maia. 445 A eleita como l<strong>em</strong>a da comunidade foi a seguinte<br />

frase: “Confian<strong>do</strong> <strong>em</strong> São Pedro, trabalhan<strong>do</strong> <strong>em</strong> harmonia e cultivan<strong>do</strong> o espírito de 20<br />

de Set<strong>em</strong>bro, far<strong>em</strong>os da união a nossa força, e um Novo Rincão <strong>do</strong>s Maia”. Uma frase<br />

com significa<strong>do</strong>s a desvendar. Logo de início o apelo espiritual, sob o olhar e a proteção<br />

divi<strong>na</strong> de São Pedro, a sociedade local sente-se mais segura e confiante, funcio<strong>na</strong>n<strong>do</strong><br />

positivamente <strong>na</strong> auto-estima das pessoas. Como abordamos há pouco, também t<strong>em</strong> a<br />

função de mecanismo de controle social, aos transgressores: sanções divi<strong>na</strong>s –<br />

mecanismo de coerção social para assegurar a harmonia e a união da comunidade. Outra<br />

questão refere à fração “cultivan<strong>do</strong> o espírito de 20 de Set<strong>em</strong>bro”, data significativa<br />

para a sociedade rio-grandense, l<strong>em</strong>bra a Revolução Farroupilha (1835-1845). Inspira<br />

força, honra, espírito de luta, e, <strong>na</strong> guerra, como l<strong>em</strong>bra Vian<strong>na</strong> (1987), o sentimento de<br />

solidariedade é mais intenso. Crian<strong>do</strong> <strong>na</strong> psique da sociedade local uma atmosfera de<br />

luta, de guerra, contra as dificuldades que assolam a vida das pessoas da comunidade,<br />

445 Pedimos, durante as entrevistas, para os participantes, <strong>do</strong> encontro de 28 de set<strong>em</strong>bro a 01 de outubro<br />

de 1981, descrever<strong>em</strong> a organização das atividades, o dia-a-dia, para conhecermos alguns detalhes. A<br />

base das atividades era a utilização de grupos de discussão, s<strong>em</strong>pre com a supervisão de algum m<strong>em</strong>bro<br />

da comissão organiza<strong>do</strong>ra, possivelmente para balizar os debates dentro <strong>do</strong>s objetivos <strong>do</strong> Programa de<br />

Desenvolvimento de Comunidade. Os grupos de trabalho (quatro) foram identifica<strong>do</strong>s por nomes que de<br />

alguma forma, inspiravam os objetivos <strong>do</strong> Programa de Desenvolvimento de Comunidade, como, por<br />

ex<strong>em</strong>plo, “Harmonia” e “União Faz a Força” (os outros <strong>do</strong>is grupos também eram nomi<strong>na</strong><strong>do</strong>s, mas não<br />

conseguimos identificá-los).<br />

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