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uma espécie de <strong>do</strong>mi<strong>na</strong>ção pela multidão, a maioria das pessoas sujeita-se ao<br />

comportamento <strong>do</strong> grupo ao qual pertenc<strong>em</strong> – “As pessoas ficam assim perdidas numa<br />

solidão de conformidade com a multidão.” 382<br />

Na nossa percepção sobre a realidade da sociedade de Rincão <strong>do</strong>s Marques, há<br />

el<strong>em</strong>entos que estão <strong>em</strong> consonância com as discussões <strong>do</strong>s autores apresenta<strong>do</strong>s nesta<br />

seção. El<strong>em</strong>entos comuns <strong>em</strong> sociedades que enfrentam dificuldades s<strong>em</strong>elhantes,<br />

principalmente quan<strong>do</strong> se trata de grupos estigmatiza<strong>do</strong>s. A baixa auto-estima, a<br />

acomodação, a falta <strong>do</strong> espírito de comunidade e de liderança aparec<strong>em</strong> <strong>em</strong> quase todas<br />

as análises sobre desenvolvimento de comunidades rurais, aspectos intrinsecamente<br />

relacio<strong>na</strong><strong>do</strong>s às características da sociedade. Optamos, neste capítulo, conhecer e<br />

compreender um pouco melhor algumas características ou aspectos responsáveis pelo<br />

modesto grau de di<strong>na</strong>mismo da sociedade de Rincão <strong>do</strong>s Marques, deixan<strong>do</strong> de la<strong>do</strong> as<br />

discussões sobre os possíveis indutores <strong>do</strong> desenvolvimento, discussões que serão<br />

abordadas no capítulo subseqüente.<br />

Independente <strong>do</strong>s diversos mecanismos ou concepções atuais ou ultrapassadas<br />

sobre desenvolvimento social e econômico referentes a sociedades rurais, a educação<br />

(ensino de qualidade e informação), <strong>em</strong> sociedades que defend<strong>em</strong> o b<strong>em</strong>-estar das<br />

pessoas s<strong>em</strong> d<strong>em</strong>agogia, representa o caminho, talvez lento, mas seguro, para o<br />

desenvolvimento nos diversos campos <strong>do</strong> viver. Para fi<strong>na</strong>lizar este capítulo, usamos das<br />

sábias palavras de Norbert Elias sobre a estreita relação entre fome e saber:<br />

A necessidade de informação, a necessidade de saber, é com efeito tão el<strong>em</strong>entar<br />

quanto a necessidade de pão ou de algo que pudesse saciar a fome, e a primeira<br />

não pode ser satisfeita s<strong>em</strong> que ao mesmo t<strong>em</strong>po se satisfaça a segunda: a<br />

necessidade de saber – entre outras coisas o saber que permite saciar a fome – não<br />

pode ser satisfeito s<strong>em</strong> que se sacie a fome, e a possibilidade de saciá-la, por seu<br />

turno, não existe s<strong>em</strong> o saber. 383<br />

382<br />

Os autores ainda destacam trabalhos nesta direção de Abraham H. Maslow, Clark E. Moustakas e de<br />

Erich Fromm.<br />

383<br />

Elias (2001a, p. 133). Paralela a esta afirmação, Candi<strong>do</strong> (2001, p. 31-32), resgatan<strong>do</strong> Malinowski,<br />

destaca que “o hom<strong>em</strong> não precisa ape<strong>na</strong>s de comida, mas de uma organização para obter comida.”<br />

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