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para o sist<strong>em</strong>a capitalista, reflexo da ideologia católico-cristã presente no mo<strong>do</strong> de<br />

produção feudal. 62 O resulta<strong>do</strong> da exploração econômica das colônias destes <strong>do</strong>is países<br />

era repassa<strong>do</strong> para os países que estavam <strong>integra</strong><strong>do</strong>s ao mo<strong>do</strong> capitalista de produção,<br />

através das trocas de matéria-prima por produtos manufatura<strong>do</strong>s. O comércio exterior,<br />

grosso mo<strong>do</strong>, fi<strong>na</strong>ncia e abre caminho para uma nova ótica de mo<strong>do</strong> de produção, a<br />

economia capitalista. 63<br />

Espanha e Portugal encontraram <strong>na</strong> América duas realidades distintas, fruto das<br />

delimitações territoriais estipuladas no Trata<strong>do</strong> de Tordesilhas (1494). Como indica<br />

Cruz (1984), os espanhóis, no primeiro momento, encontraram metais preciosos e uma<br />

civilização indíge<strong>na</strong> desenvolvida, já os portugueses encontraram povos indíge<strong>na</strong>s com<br />

baixo grau de desenvolvimento, e as riquezas minerais, nesse momento, estavam por ser<br />

descobertas. Com base <strong>na</strong> experiência das ilhas <strong>do</strong> Atlântico (mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XV),<br />

Portugal desenvolve o cultivo da ca<strong>na</strong>-de-açúcar objetivan<strong>do</strong> o merca<strong>do</strong> europeu. A<br />

dificuldade inicial para impl<strong>em</strong>entação dessa agricultura tropical foi a falta de mão-deobra<br />

adequada, a indíge<strong>na</strong> não se adaptou ao tipo de trabalho exigi<strong>do</strong>, levan<strong>do</strong> Portugal<br />

recorrer a mão-de-obra de escravos africanos. A configuração econômica e regio<strong>na</strong>l <strong>do</strong><br />

Brasil caracterizava-se pelo pólo açucareiro, <strong>na</strong>s capitanias localizadas <strong>na</strong> região<br />

nordeste, e pela economia de subsistência <strong>na</strong>s d<strong>em</strong>ais regiões.<br />

Os portugueses começaram a despertar interesse pelo Rio Grande <strong>do</strong> Sul no<br />

início <strong>do</strong> século XVI com as incursões exploratórias que objetivavam a extração <strong>do</strong> paubrasil.<br />

Segun<strong>do</strong> Pesavento (1994), a partir dessas viagens pelo litoral <strong>do</strong> extr<strong>em</strong>o sul <strong>do</strong><br />

Brasil, a região passou a ser denomi<strong>na</strong>da de “Rio Grande de São Pedro”. Depois dessas<br />

incursões, a região caiu <strong>em</strong> esquecimento, não apresentava riqueza mineral ou atividade<br />

agrícola, carecen<strong>do</strong> de senti<strong>do</strong> para <strong>integra</strong>r o processo de acumulação primitiva de<br />

capitais. Acumulação, através da exploração colonial (ouro e açúcar), permitia produzir<br />

excedente econômico para ser envia<strong>do</strong> a metrópole.<br />

No século XVII, os holandeses ocupavam a região nordeste <strong>do</strong> Brasil e também<br />

exerciam o <strong>do</strong>mínio das zo<strong>na</strong>s africa<strong>na</strong>s fornece<strong>do</strong>ras de mão-de-obra escrava. Esses<br />

acontecimentos levaram os portugueses a substituir a mão-de-obra escrava negra pela<br />

indíge<strong>na</strong>, inician<strong>do</strong> as primeiras incursões paulistas de captura de índios para ser<strong>em</strong><br />

vendi<strong>do</strong>s como escravos <strong>na</strong>s zo<strong>na</strong>s açucareiras. De acor<strong>do</strong> com Pesavento (1994), a<br />

diminuição da população indíge<strong>na</strong> livre das regiões próximas a São Paulo impulsionou<br />

às bandeiras paulistas <strong>em</strong> direção às reduções indíge<strong>na</strong>s, formadas pelos missionários da<br />

Companhia de Jesus, no território castelhano. As reduções eram locais onde os índios<br />

reuniam-se, importante reserva de mão-de-obra adaptada à convivência <strong>do</strong>s brancos,<br />

adestrada e obediente. Esses ataques <strong>em</strong>purraram os jesuítas para o território riograndense<br />

(1626), levan<strong>do</strong>, de certo mo<strong>do</strong>, a uma invasão sob bandeira castelha<strong>na</strong>,<br />

vinda <strong>do</strong> Paraguai. No perío<strong>do</strong> entre 1626 e 1637, os jesuítas fundaram no território riograndense<br />

mais de 15 reduções. Nas reduções castelha<strong>na</strong>s os índios dedicavam-se à<br />

agricultura e à criação de ga<strong>do</strong>. Em 1634 foram introduzi<strong>do</strong>s no Rio Grande <strong>do</strong> Sul os<br />

62 Não é de interesse discutir as influências das <strong>do</strong>utri<strong>na</strong>s católica e protestante no desenvolvimento <strong>do</strong><br />

capitalismo, que, <strong>na</strong> Europa <strong>do</strong>s séculos XIV, XV e XVI, estavam representadas, por ex<strong>em</strong>plo, de um<br />

la<strong>do</strong>, por Espanha e Portugal, de outro, por Inglaterra e Holanda.<br />

63 De acor<strong>do</strong> com Furta<strong>do</strong> (1969), os flamengos, principalmente os holandeses, foram importantes para o<br />

êxito da colonização <strong>do</strong> Brasil. Os flamengos não se limitaram ape<strong>na</strong>s a fi<strong>na</strong>nciar a refi<strong>na</strong>ção e<br />

comercialização (comércio intra-europeu) <strong>do</strong> açúcar, há indícios de que fi<strong>na</strong>nciavam a atividade produtiva<br />

no Brasil através de instalações e importação de mão-de-obra escrava. Na metade <strong>do</strong> século XVI, os<br />

portugueses entregavam, no porto de Lisboa, o açúcar brasileiro para os flamengos que o refi<strong>na</strong>vam e<br />

distribuíam por toda a Europa.<br />

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