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CAPÍTULO I<br />
DAS ORIGENS COLONIZADORAS: OCUPAÇÃO E FORMAÇÃO DO<br />
TERRITÓRIO RIO-GRANDENSE – PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO DA<br />
PERSONALIDADE DO TIPO SOCIAL GAÚCHO<br />
O presente capítulo t<strong>em</strong> como papel subsidiar o estu<strong>do</strong> com informações que<br />
auxili<strong>em</strong> no conhecimento e <strong>na</strong> compreensão da historicidade <strong>do</strong> desenvolvimento <strong>do</strong><br />
Rio Grande <strong>do</strong> Sul e principalmente da região da Campanha – pampa gaúcho.<br />
El<strong>em</strong>entos que estiveram presentes <strong>na</strong> formação <strong>do</strong> território e da perso<strong>na</strong>lidade <strong>do</strong> tipo<br />
característico regio<strong>na</strong>l – gaúcho. Entend<strong>em</strong>os que, para compreender o processo de<br />
desenvolvimento vivencia<strong>do</strong> pelos habitantes das localidades, t<strong>em</strong>os que conhecer<br />
el<strong>em</strong>entos <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> (ação histórica ou <strong>do</strong> social), el<strong>em</strong>entos que estão presentes no<br />
cotidiano das pessoas, segun<strong>do</strong> Bourdieu (2000), nos esta<strong>do</strong>s objetiva<strong>do</strong> e incorpora<strong>do</strong>.<br />
Centramos atenção no perío<strong>do</strong> histórico entre as primeiras ações exploratórias e<br />
de captura de índios realizadas por portugueses e paulistas, respectivamente, até a<br />
véspera da proclamação da independência <strong>do</strong> Brasil. Nesse perío<strong>do</strong> tinha-se presente no<br />
Rio Grande <strong>do</strong> Sul o sul-americano (índio), o europeu (português e espanhol) e o<br />
africano (negro), a gênese, segun<strong>do</strong> alguns estudiosos da formação da sociedade riograndense,<br />
<strong>do</strong> gaúcho brasileiro. A miscige<strong>na</strong>ção dessas etnias originou o tipo social<br />
característico <strong>do</strong> extr<strong>em</strong>o-sul <strong>do</strong> país.<br />
1.1 Formação <strong>do</strong> Território Rio-Grandense no Brasil Colônia<br />
O Rio Grande <strong>do</strong> Sul t<strong>em</strong> <strong>na</strong> sua história a marca das guerras, disputas e<br />
conquistas; confrontos desencadea<strong>do</strong>s, inicialmente, por território e, posteriormente, por<br />
poder político, ten<strong>do</strong> nos <strong>do</strong>is momentos a questão econômica como pano de fun<strong>do</strong>. Os<br />
confrontos entre portugueses e espanhóis marcou a formação da fronteira física <strong>do</strong><br />
território sul-brasileiro e rio-grandense, território geográfico com extensão espacial<br />
determi<strong>na</strong>da, mas que, no âmbito cultural, as fronteiras dilu<strong>em</strong>-se pela própria história<br />
<strong>do</strong>s povos meridio<strong>na</strong>is. Num momento posterior, os confrontos passam para o campo<br />
das idéias, relativos às disputas entre federalistas e republicanos, tensões marcadas pelas<br />
insatisfações das oligarquias regio<strong>na</strong>is, fruto da exploração econômica que o Império<br />
exercia sobre o Rio Grande <strong>do</strong> Sul. 61<br />
Segun<strong>do</strong> Cruz (1984), a Europa <strong>do</strong> século XVI passava pelo processo de<br />
transição <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> feudal para o mo<strong>do</strong> capitalista de produção - acumulação primitiva<br />
de capitais, este último privilegia<strong>do</strong>, <strong>em</strong> parte, pela exploração das colônias e pelo envio<br />
<strong>do</strong>s excedentes econômicos para as metrópoles européias. A exploração das colônias<br />
começou com a extração das riquezas <strong>na</strong>turais (minerais, madeiras, especiarias, etc.), e,<br />
posteriormente, com os produtos agrícolas (ca<strong>na</strong>-de-açúcar, etc.). O acúmulo de capital<br />
proporcionou o desenvolvimento da produção de manufaturas <strong>na</strong> Europa, muitas vezes<br />
elaboradas com matéria-prima originárias das colônias; estas participavam <strong>em</strong> <strong>do</strong>is<br />
momentos <strong>do</strong> processo de acumulação de capital europeu: como fornece<strong>do</strong>ras de<br />
matéria-prima e, num segun<strong>do</strong> momento, como consumi<strong>do</strong>ras <strong>do</strong>s produtos<br />
manufatura<strong>do</strong>s, caben<strong>do</strong> à Europa a agregação de valor e acumulação de capital. De<br />
acor<strong>do</strong> com Cruz (1984), Espanha e Portugal ainda não tinham completa<strong>do</strong> a passag<strong>em</strong><br />
61 Fala-se de <strong>do</strong>is momentos, o primeiro que inicia no século XVI, com as primeiras expedições<br />
exploratórias, e segue até as primeiras décadas <strong>do</strong> século XIX, com a formação da <strong>na</strong>ção uruguaia. No<br />
segun<strong>do</strong> momento, mais pontual, refere-se à Revolução Farroupilha que eclodiu <strong>em</strong> 1835 – perío<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />
que o <strong>do</strong>mínio colonial português estava <strong>em</strong> declínio.<br />
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