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assegurar a Colônia de Sacramento frente aos espanhóis. Segun<strong>do</strong> Kli<strong>em</strong>ann (1986), a<br />

política de colonização e ocupação <strong>do</strong> território rio-grandense caracterizava-se pelo<br />

interesse militar, defesa <strong>do</strong> território contra invasões estrangeiras.<br />

Em mea<strong>do</strong>s da primeira metade <strong>do</strong> século XVIII (1732), inicia-se a distribuição<br />

de sesmarias, terras devolutas, para o estabelecimento de estâncias cria<strong>do</strong>ras de ga<strong>do</strong>.<br />

As terras eram entregues aos tropeiros e militares, a estes últimos as sesmarias eram<br />

dadas como forma de retribuição a serviços militares presta<strong>do</strong>s à Coroa portuguesa. 76<br />

As primeiras sesmarias foram concedidas <strong>na</strong> região litorânea <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul, no<br />

caminho <strong>do</strong>s tropeiros, com cerca de 13.000 hectares, essas eram desti<strong>na</strong>das à criação<br />

extensiva de ga<strong>do</strong>, que utilizavam como mão-de-obra os peões. 77 Pesavento (1994, p.<br />

15) caracteriza esses trabalha<strong>do</strong>res como “(...) el<strong>em</strong>entos subalternos <strong>do</strong> antigo ban<strong>do</strong><br />

arma<strong>do</strong> que tropeava ga<strong>do</strong> ou índios egressos das missões.” Nessa época a mão-de-obra<br />

escrava era pouco utilizada <strong>na</strong> região, a atividade de criação não proporcio<strong>na</strong>va recursos<br />

para a <strong>aqui</strong>sição de escravos.<br />

A política portuguesa de ocupação <strong>do</strong> território rio-grandense tomou forma<br />

definitiva com a fundação da vila de Rio Grande (1737). Conforme Cruz (1984), o<br />

estabelecimento da vila de Rio Grande tinha como objetivo diminuir as dificuldades de<br />

manutenção da Colônia de Sacramento e usufruir a riqueza constituída pelo complexo<br />

missioneiro espanhol. A vila de Rio Grande era um importante passo para a ocupação<br />

<strong>do</strong> território rio-grandense. Tanto Portugal como Espanha sabiam da importância<br />

econômico-estratégica da região, visto que a Colônia de Sacramento era ponto de<br />

disputa entre as duas <strong>na</strong>ções. Após a fundação pelos portugueses, a Colônia de<br />

Sacramento teve a primeira invasão espanhola <strong>em</strong> 1706, permanecen<strong>do</strong> até 1715, ano<br />

que Portugal retomou a Colônia. Os espanhóis não desistiriam tão fácil. Em 1726<br />

fundam Montevidéu 78 com o objetivo de retomar a Colônia de Sacramento, ocupan<strong>do</strong>-a,<br />

novamente, entre 1735 e 1737. Para Cruz (1984), os portugueses foram sedimentan<strong>do</strong> a<br />

ocupação <strong>do</strong> território rio-grandense com o lento crescimento <strong>do</strong>s povoa<strong>do</strong>s, a formação<br />

de lavouras e estâncias.<br />

Em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XVIII t<strong>em</strong>-se <strong>do</strong>is fatos importantes para a consolidação<br />

<strong>do</strong> território rio-grandense, o início da colonização açoria<strong>na</strong> e o Trata<strong>do</strong> de Madrid<br />

(1750). O fluxo imigratório <strong>do</strong> Arquipélago <strong>do</strong>s Açores para o sul <strong>do</strong> Brasil teve maior<br />

intensidade entre os anos 1748 a 1753, viagens de longos dias <strong>em</strong> que os tripulantes<br />

sofriam com o confi<strong>na</strong>mento e as <strong>do</strong>enças. Inicialmente des<strong>em</strong>barcavam <strong>na</strong> Ilha de<br />

Santa Catari<strong>na</strong>, posteriormente envia<strong>do</strong>s para Lagu<strong>na</strong> e Rio Grande. 79 Cruz (1984)<br />

destaca que a colonização açoria<strong>na</strong> teve duas fases distintas, a primeira desti<strong>na</strong>va-se à<br />

formação de núcleos para apoiar <strong>na</strong>s disputas com os índios missioneiros –<br />

substituin<strong>do</strong>-os <strong>na</strong>s aldeias missioneiras. A segunda fase evidenciava a distribuição de<br />

terras aos povoa<strong>do</strong>res, processo de colonização organiza<strong>do</strong>, objetivan<strong>do</strong> fixar e<br />

desenvolver uma economia de subsistência.<br />

Em 1750, Espanha e Portugal assi<strong>na</strong>m o Trata<strong>do</strong> de Madrid, firman<strong>do</strong> a troca da<br />

Colônia de Sacramento (sob <strong>do</strong>mínio português) pela região <strong>do</strong>s Sete Povos das Missão<br />

(sob <strong>do</strong>mínio espanhol), caben<strong>do</strong> à Espanha o monopólio da <strong>na</strong>vegação no Rio da Prata.<br />

A resistência veio <strong>do</strong>s jesuítas, segun<strong>do</strong> Cruz (1984), estes tentaram anular a decisão<br />

argumentan<strong>do</strong> sobre a inviabilidade da transferência da população indíge<strong>na</strong> para a outra<br />

76 Sobre a concessão de terras, ver Laytano (1983).<br />

77 Os primeiros beneficiários da distribuição das sesmarias foram parte <strong>do</strong>s habitantes de Lagu<strong>na</strong>, os quais<br />

procuravam encontrar melhores condições no Sul. Segun<strong>do</strong> Roche (1969), os lagunistas ficaram<br />

centra<strong>do</strong>s <strong>na</strong> região de Viamão.<br />

78 Em 1736 os portugueses tentaram ocupar Montevidéu.<br />

79 Sobre a colonização açoria<strong>na</strong> no Rio Grande <strong>do</strong> Sul, ver Flores (1999).<br />

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