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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO - UNISC ...

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100Mostra-nos o autor, que a heteronomia se apresenta como uma porta abertapara a ―valsa de valores‖ de nossa sociedade que aponta Baumann. Por outro lado,um sujeito autônomo é impermeável aos fenômenos da moda e de seu entornosocial. A autonomia, de acordo com o psicólogo, ―é uma conquista laboriosa, quepressupõe um longo percurso de desenvolvimento pessoal. Dito de outra forma, aautonomia, sobretudo no que tange a ideais ideológicos, morais e éticos, écaracterística de pessoas mais velhas‖ (2009, p. 45-46). Ou seja, são essas que jásuperaram as dependências heterônomas.Essa ideia desenvolvida por La Taille de que as pessoas mais velhas sãomais bem sucedidas nos dias atuais no desenvolvimento e conservação de valores afim de orientar suas vidas, é porque, essas, num outro momento mais estávelpuderam elaborar esses conceitos. Pensamento esse também defendido porDeleuze (2004), quando afirma que atravessar o deserto é bem diferente de nascerno deserto.La Taille, a partir dos estudos de Deleuze, explica que ―quem não nasceu noreferido deserto pode ter provisões para atravessá-lo, para resistir psicologicamenteenquanto dura o vazio. Porém, ―o que é terrível é nele nascer, é crescer no deserto‖(2009, p. 46). Percebemos que esse é um aspecto que devemos entender e darmais atenção quando convivemos quase que diariamente com conflitos nas relaçõesque se estabelecem entre os adolescentes, jovens e adultos. Aceitar a tese do autorde que os adultos têm mais provisões e reservas de valores para orientar suasvidas, enquanto que os jovens não.Os adolescentes já nasceram nesse ―deserto‖ com falta de referências maisclaras e num mundo em que tudo vale. Um mundo que vive uma ―valsa de valores‖ e―achatamento de valores‖, que não oferece mais perspectiva no futuro, como jávimos anteriormente. Devemos nos questionar sobre o que nós adultos estamosfazendo para mudar essa situação. Estamos estimulando a imaginação para novasformas de vida, para a arte do ―bem viver‖ ou, como nos fala Cortella, estamossaqueando o futuro das novas gerações?A elas vimos negando o futuro e, com facilidade, ouvem de nós aterradoresprognósticos. (Não haverá futuro! Não haverá emprego! Não haveránatureza!) Também desqualificamos o presente e o passado delas (Isso nãoé vida; vocês não sabem brincar! Vocês não tiveram infância! Isso quevocês comem é só porcaria! Isso não é música, é barulho!). (CORTELLA,2010, p. 39-40).

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