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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO - UNISC ...

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31Conforme Canastra 5 (2002), as bases desse novo enfoque tendem a constituirsea partir de uma concepção hermenêutica do desenvolvimento moral. O enfoquenarrativo ensaia um novo modelo de desenvolvimento ético-moral alicerçado naexperiência moral do sujeito.Fazer a narração da sua experiência moral consiste em contar, através dodiálogo (oral ou escrito), uma experiência moral, expressando o sentido atribuído aessa experiência, além de afirmar a sua autoridade de autor (TAPPAN e BROWN,1989, p. 192-193).De acordo com Tappan e Brown (1989, p.183-184), "as pessoas atribuemsignificado às suas experiências de vida representando-as sob a forma de narrativa".Sendo assim, as pessoas desenvolvem-se moralmente tornando-se 'autores' dassuas histórias morais e aprendendo as lições morais destas quando contam as suasexperiências.Por esse motivo, desde os primórdios da humanidade as narrativas e históriasacompanham os indivíduos e registram sua trajetória social. Do mesmo modo, são aprimeira forma de literatura as quais são expostas as crianças na maior parte dasvezes, desde sua inserção no mundo social.Narrar pressupõe, ainda, refletir sobre a experiência narrada. Por isso, osdiversos autores que estudam e trabalham com a narrativa defendem que aspessoas se desenvolvem moralmente através das narrativas que ouvem e atravésdas suas próprias narrativas que falam ou escrevem.Nessa direção, temos também a defesa de Ricoeur:A teoria narrativa só faz a mediação entre a descrição e a prescriçãoquando o alargamento do campo prático e a antecipação das consideraçõeséticas estão implicadas na própria estrutura do ato de narrar e, nestesentido, a narratividade introduz a ética; promove uma consciência reflexivaporque se dirige a convicções, a ―fazer acreditar‖ no que está a ser contado;porque designa valores e expõe o agente da ação enquanto sujeito humanoque faz algo de algum modo, numa qualquer circunstância e com umdeterminado fim. (1990, p. 139).Na perspectiva da educação moral pela narrativa, o sujeito, ao descrever suarealidade, acaba por revelá-la e criá-la. Dessa forma, repensa o seu sentido de agire, sendo assim, já pertence ao campo ético. Por um lado, Ricoeur afirma que5 Doutorando em Ciências da Educação, Especialidade em Formação Pessoal, Social e Profissional;Assistente em Ciências da Educação, na Escola Superior de Educação de Leiria (Portugal).

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