111são desconhecidas. Uma delas está associada à busca de poder e de visibilidade,conforme constata La Taille.O autor, acompanhado de várias pesquisas, nos dá a conhecer que a violênciaé para os jovens um atributo do sujeito e que eles brigam para serem admirados.Outros entendem que provocando medo nas pessoas, chamam a atenção para si. Éuma forma de serem olhados. Querem se destacar.Tais pessoas têm mais vergonha de serem pacíficas do que agressivas,mais orgulho de matar do que ser clemente. A violência se associa àautoestima e, portanto, inexiste honra-virtude, ou ―respeito de si‖,necessários à construção da personalidade ética. (p. 213).Além dessas situações, têm aqueles que usam da violência e do roubo paradesfrutar da mesma condição social que suas vítimas. Também querem parecervencedores usando um calçado e uma marca de grife, ter o objeto que é cobiçado,além de eletrônicos de última moda. O roubo não tem como fim atender asnecessidades básicas para alimentação, saúde, higiene ou outras questões, mas depoder para se destacar e aparecer com os objetos considerados de pessoassuperiores, ―vencedoras‖.E para aqueles que não têm necessidade de buscar objetos desejados,utilizam-se de outras formas de violência, agressão a colegas, a prostitutas,travestis, gays, professores e outros mais, que são alvos de gangues que praticam aviolência, filmam e a colocam na internet. Esses, notadamente, e conforme mostramas pesquisas, não pertencem às classes sociais desfavorecidas. ―Muitas das formasde bullyng, hoje encontradas em escolas de classe média e média-alta, parecem tera mesma finalidade: subjugar o outro para ter visibilidade e, de preferência, fazerpublicidade de atos agressivos‖ (p. 215).Sede de ser um vencedor a qualquer custo, orgulho em ser violento, eis asquestões que fazem parte do nosso universo e que nos causam preocupações.Moramos numa cidade que ainda pode ser considerada pequena, e não somenteuma vez ouvimos de alunos: ―eu vou ser traficante‖, ―eu vou ser ladrão‖, ―eu vou sercomo meu pai e vou parar na cadeia‖. Não sentem vergonha ou medo quandomanifestam esses desejos, pelo contrário, falam com orgulho. La Taille citandoCelso Athayde escreve:
112Invertem-se posições. Quem desfila sua soberba destilando indiferença,agora se submete à autoridade do jovem desconhecido. Celebra-se umpacto fáustico: o jovem troca seu futuro, sua alma, seu destino, por ummomento de glória, um momento fugaz de glória vã. Seu futuro pelo acessoà superfície do planeta, onde se é visível. (p. 214).Assim como o autor, entendemos que a moral pressupõe ―estar para outrem‖,―estar com outrem‖. Assim, nos cabe aprofundar as reflexões sobre os valores,sobre o sentido de nossas vidas, sobre os princípios que nos orientam e encontrarelementos que nos levem à construção de uma ―cultura de sentido‖, que propõe omesmo. Tudo isso, porque queremos uma cultura em que a solidariedade tenhamais espaço que a competição, que a justiça seja mais valorizada que o destaquepessoal, enfim, uma sociedade em que a dignidade tenha mais legitimidade queuma celebridade.Após essas reflexões realizadas sobre as características da sociedadecontemporânea a partir dos estudos de La Taille que vêm acompanhado de muitosespecialistas como referência, seguimos o trabalho fazendo referências à moral e àética mais especificamente.5.2 Moral e Ética: dimensões que se complementamAs palavras ―moral‖ e ―ética‖, como já afirmamos e justificamos anteriormente,encontram-se muito presentes em nosso cotidiano e, habitualmente, são designadascomo comuns e ora recebem abordagem diferenciadas.Conforme Sperber (2003), os especialistas da filosofia moral não se entendemsobre a repartição entre os dois termos ―moral‖ e ―ética‖. Um vem do latim, outro dogrego. De uma maneira ou de outra, ambos se referem ao domínio comum doscostumes. Para alguns filósofos e estudiosos, há necessidade de distinção entre ostermos e para outros não. Por isso, alguns autores, assim como La Taille, assumema diferença entre os termos por convenção, principalmente porque a palavra ―ética‖ évista atualmente como:Um conceito cheio de promessas filosóficas, um campo de reflexão prenhede riquezas, uma referência a atitudes ―nobres‖, qualidades estas de que a―pobre‖ e ―seca‖ palavra moral careceria inapelavelmente‖. ―[...] Com efeito,diferenças podem existir, e podem ser empregadas, contanto que se asexplicite claramente, e que se reconheça, com Paul Ricoeur (1990), que setrata de convenções. (LA TAILLE, 2006, p. 26).
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