119caso de ―não matar‖, ―não roubar‖, respeito à vida e à propriedade alheia. Mas,mesmo assim, a obediência é exigida socialmente e podem ser aplicadas medidasde controle social privado. Esse tipo de atitude pode levar um indivíduo a serexcluído de um grupo ou a uma demissão quando não ―cumprir uma promessa outrapacear‖.Em qualquer grupo de convivência encontramos medidas de controle. Numgrupo de amigos, por exemplo, quase sempre se espera ou exige-se que se atuecom sinceridade e honestidade, por exemplo. Caso uma pessoa não se adapte,pode ser isolada desse mesmo grupo de amigos.Numa sala de aula, pensando na realidade em que trabalhamos, osprofessores realizam a construção de normas de convivência com o grupo dealunos. Quando essas normas não são cumpridas, as pessoas são cobradas ou éexigido que o professor tome uma atitude.Também num jogo de cartas, mesmo que as pessoas não se conheçam tanto,se existem valores bem identificados, não vão permitir que um indivíduo trapaceie osdemais. Se ocorrer, a pessoa pode ser excluída. Ou seja, o controle se dá em nívelprivado e não público, como o caso de ―não matar‖ ―não roubar‖.No caso dos alunos, podemos perceber que o ―caguetar‖, expressão que elesutilizam para a pessoa que entrega aquele que cometeu algo considerado errado,faz com que essa pessoa seja discriminada e muitas vezes excluída do grupo a quepertence, se não agredida. A exclusão também se dá em nível privado, a partir desuas regras e normas. Essas não necessariamente são morais.Para compreender melhor essa questão, temos a reflexão de Togneta e Vinhaapud La Taille et al. (2009, p. 17), quando nos falam que ―[...] a formação de valoresmorais ou éticos depende de algo além da tomada de consciência do dever:depende de uma motivação interna para a ação, chamada de sentimentos‖. Ossentimentos a que se referem não são a alegria, a tristeza e a raiva. Esses sãoconsiderados estados de ânimo e não são capazes de impulsionar uma ação moral,mas, sim, ―a presença de sentimentos que integram nossa personalidade: o que nosindigna, o que nos envergonha, do que nos arrependemos [...]‖ (TOGNETA e VINHAapud LA TAILLE et al. 2009, p. 17). Esses nos levam a perceber o que tem valorpara as pessoas.
120Se a pessoa sente indignação diante de um direito violado, esta tem comovalor moral a justiça. Já aquele que não sente culpa por desrespeitar uma pessoa,não tem valores morais, porque se acha no direito de ferir a dignidade do outro.Prosseguindo com La Taille sobre a ―frequência‖ do sentimento deobrigatoriedade, o autor explica-nos que nem sempre esse traço psíquico semantém. Ele, por vezes, fica enfraquecido e dá lugar a outros sentimentos, como ocaso de pessoas que são atenciosas e fiéis aos amigos e que abandonam tudodiante de um interesse pessoal que entra em jogo.Pessoas que são habitualmente honestas, mas que um dia roubam, trapaceiame mentem. São conflitos que as pessoas enfrentam e, normalmente, a vontade moralé que predomina. As pessoas não são totalmente virtuosas como o exemplo de―Luther King, que corajosamente dedicou a sua vida ao ideal de justiça, um adúlteroreincidente‖ (LA TAILLE, 2006, p. 36).Se pensarmos no convívio do aluno adolescente com os adultos e com oprofessor em sala de aula, por vezes, eles não conseguem respeitar o silêncio e otempo que os adultos necessitam. Transgridem as normas de convivência e asregras que eles mesmos ajudaram a construir. Será por falta do sentimento deobrigatoriedade ou conforme coloca La Taille,esse sentimento apenas não foi o bastante forte para impedir açõescontrárias à moral. Ora, penso que seria exagerado jogar para o campo daimoralidade, para o campo do ―mal‖, todos os indivíduos que, um dia,agiram contra a moral. (LA TAILLE, 2006, p. 35).Essa contribuição, também entendida como uma provocação feita por La Taille,nos faz pensar se por diversas vezes não é isso que fizemos com as pessoas.Jogamos para o campo da imoralidade aquele ou aquela que um dia agiu contra amoral. Inclusive nas salas de aula julgamos de forma imediata e, o pior, é que oscondenamos. Acho que se pode dizer assim, pois acabamos dando uma sentença,seja ela de exclusão, de intolerância para com esse ou aquele ou de ameaçasverbais por meio das notas (avaliação). Assim, também surgem as marcas e rótulosque os alunos carregam e que podem vir de sentenças como essas.Como vimos, o processo psicológico apontado como central para a moral porLa Taille é o ―sentimento de obrigatoriedade‖. Somente sente-se obrigado a seguirdeterminados deveres quem os concebe como expressão de valor do próprio eu e
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