93desinteressante quando somos obrigados a realizar uma tarefa que não desejamosfazer. Dessa forma, vem-nos à mente o tempo longo, lento, tempo que não passa.O entediado olha incessantemente para o relógio, pois quer que chegue logo oamanhã, o mês que vem e assim por diante. O entediado não ocupa seu tempo, poisé ocupado por ele. Os minutos e as horas não se sucedem em um fluxo contínuo.Dito de outra forma, as pessoas têm como horizonte somente o dia-a-dia, e não umavida inteira (LA TAILLE, 2009, p. 16).O autor prossegue dizendo-nos que não ter nada para fazer é diferente de nãoquerer fazer nada. Esse último, corresponde ao ócio. É uma decisão. No ócio não hátédio, há criação da vida humana. Há tédio quando somos obrigados a nada ter parafazer, simplesmente ficar esperando que o tempo passe (2009, p.16).Para La Taille, algumas pessoas associam sua vida ao tédio por considerar seudestino infeliz e sem opções. Outras, mesmo com a possibilidade de realizaratividades variadas, conhecer pessoas e lugares diferentes podem sentir tédio,porque a vida carece de sentido.A pessoa que sente sua vida como um tédio, cai na melancolia, depressão ou,para fugir desse mal, procura ocupar freneticamente o tempo, correr de lá para cá.Realiza mil atividades diferentes, verifica toda hora e-mails, mensagens, torpedos,liga do celular para falar qualquer detalhe, mantém a TV ligada, come, malha...La Taille problematiza as características da contemporaneidade em que a vidaé vista e vivida de momentos, de fragmentos. As pessoas vão para diversasdireções sem conseguir encontrar um sentido ou um caminho que seja capaz de darum norte à vida e não só ao dia presente.O psicólogo nos mostra que a publicidade e a política de nosso país sãoexemplos que nos apontam aspectos positivos e muitas vezes ilusórios de opções eassociações de felicidade, o que resulta que a infelicidade seja vista ―comoincompetência social‖. De acordo com La Taille (2009, p. 19), ―sentir tédio é vistomais como fraqueza de caráter do que como humilde reconhecimento do vazio davida‖. Vazia, porque não tem perspectivas, porque não consegue visualizarhorizontes além daqueles impostos pela sociedade.Os programas políticos que tivemos a oportunidade de assistir ainda no ano de2010, nos apresentaram promessas de todos os tipos (altos investimentos emeducação, a saúde considerada como uma das prioridades , a segurança do cidadão
94assegurada, entre outras), porque essas e outras questões são uma preocupaçãopara cada cidadão. Sendo assim, são sinônimos de voto.Se todas as promessas fossem cumpridas não teríamos mais exclusão social.Teríamos as melhores rodovias do mundo em todos os locais, não faltariamhospitais e medicamentos para nenhum indivíduo, haveria trabalho para todos. Cadacidadão teria sua casa própria. Enfim, são milhares de promessas que iludem oeleitor.Entendemos que não há como ficarmos indiferentes a essas questões, poisnão é possível contribuir para a criticidade do aluno se não tivermos capacidade dedistinguir os fatos dos enganos que nos são emitidos constantemente. É precisoconhecer, analisar e problematizar a realidade da política para que não sejamvalidados e reconhecidos, por meio do voto, esses equívocos a que somossubmetidos.Da mesma forma, também em relação às publicidades e propagandas queestão diariamente em nossas casas nos mostrando o suposto esplendor de umbanco, de um cosmético, de um carro, de um celular e de tantas outras coisas. E,ainda pior, essas propagandas associam o consumo desses produtos à realfelicidade.Segundo La Taille para viver uma vida com sentido, uma vida feliz énecessária a construção ―de um projeto de vida, e sua inevitável relação com osvalores‖ (2009, p. 42). De modo que, ter um projeto implica ter uma intenção derealizar alguma coisa. Há propósitos, há necessidade de realizarmos escolhas, umaprojeção no futuro, onde algumas escolhas devem ser priorizadas para que algo setorne realidade. O psicólogo enfatiza a necessidade da ―busca de si‖, da identidadepara dar significado e sentido à vida.O ―turista‖, segundo o autor, é aquele que viaja por curiosidade e diversão,correspondendo a um pequeno fragmento de tempo, representando na maioria dasvezes a um ato de consumo e por isso, normalmente não havendo relação entre osentido da vida e a viagem. Já o ―peregrino‖, segundo La Taille (2009), é alguém queviaja e que anda longamente por lugares distantes, pode ser por razões de ordemreligiosa, política ou existencial. A escolha para o local se dá a partir de uma busca,porque deve haver relação entre a viagem e a própria vida (o sentido da vida). Éuma busca de sentido, de identidade. Também há uma ponte entre um antes e um
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