121como tradução de sua autoafirmação. Esses são identificados no plano ético, temaque vamos discorrer na sequência.Seguindo com os estudos de La Taille, tentamos compreender quais são asmotivações que explicam as ações no plano moral, como nos questiona La Taille.―Ora, a moral não é justamente o campo das ações desinteressadas? Do sacrificode si? Da abnegação de si, até mesmo da própria vida?‖ (LA TAILLE, 2006, p. 51).Apresenta-nos justificativas para essa questão. A moral frequentemente implicaabandonar os próprios interesses, mas nem por isso ela é desinteressada. Pois, o―interesse‖ pode estar associado à motivação humana. Há uma ação energética queo desencadeia. Esse ―interesse‖ pode ser moral e direcionar-se ao interesse de ver obem-estar do outro. Por sua vez, o interesse associado ―interesseiro‖ já denota umaposição egoísta, que leva um sujeito a ajudar o outro em busca de recompensas.Diz ainda o autor, que o sentimento de obrigatoriedade corresponde a um―querer‖. Portanto, age moralmente quem assim o quer, sendo que ―dever‖ e―querer‖ não são opostos. Entendemos melhor a questão a partir do exemplo:―queria ir ao cinema, mas não fui porque devia cumprir a promessa de lavar o carrode meu pai‖ (LA TAILLE, 2006, p.53). Há um dever e um querer.Ou seja, havia a vontade de querer ir ao cinema, mas devia lavar o carro paracumprir a promessa. O seu querer cumprir a palavra foi mais forte que o querer ir aocinema. Nesse caso, agiu moralmente, por se sentir intimamente obrigado a tal, nãoporque é coagido por alguma situação exterior. ―Logo, o sujeito moral é, pordefinição, livre, porque é ele mesmo quem decide agir por dever. ―Somente é moralquem assim o quer‖ (LA TAILLE, 2006, p. 54). O sentimento de obrigatoriedadecorresponde a um querer conscientemente concebido e livre. Não se trata de quererversus dever, mas, sim, de ―quereres‖ diferentes, uns morais, outros não.Na perspectiva da teoria de La Taille, o sujeito é heterônomo no plano moralquando aceita a imposição de regras e princípios morais, experimentando osentimento de obrigatoriedade e conteúdos de sua moral dominantes em suacomunidade.Já o sujeito autônomo, é inspirado pelo sentimento de obrigatoriedade, maselege a equidade e a reciprocidade como princípios de seus juízos e ações morais.Assim, a moral se configura não como princípios e regras que regem umadeterminada sociedade, mas como relações entre todos os seres humanos e vê-se
122como representante da humanidade, para além das pautas culturais dadas deantemão (LA TAILLE, 2006).5.2.2 ÉticaPara La Taille, a vida boa ―que vida quero viver‖? Ou seja, a ética depende daexperiência subjetiva das pessoas, do ―sentir‖ sem esquecer, é claro, de algumascondições concretas de vida. E, essa vida boa que leva à felicidade não émomentânea, ―exige a transcendência do aqui e agora‖. Cita Paul Ricoeur (1990),―a felicidade não é dada por nenhuma experiência particular, mas sim pelaconsciência da direção que damos às nossas vidas‖. Não é, portanto, uma urgênciaexistencial ou alguns momentos de prazeres.Se a ―vida boa‖ exige a transcendência do aqui e agora, não podemos associara felicidade com o prazer, seja o prazer corporal, prazer da alma, ou prazerintelectual. Pois, o prazer é pontual, fragmentado, momentâneo. Posso sentir prazerpor comer uma comida que gosto muito, por ler um bom livro, ouvir uma boa músicae outras tantas atividades que me dão prazer, mas esses são passageiros e não sãosuficientes para tornar ou garantir uma vida feliz.De acordo com La Taille, os prazeres experimentam-se no momento de umaação e costumam ser associados à felicidade, pois mais do que nunca os prazeressão muito valorizados pelos comuns mortais. Porém, adverte:Todavia, não se conhece qualquer sistema ético que os equipare àfelicidade. Spaemann (1999) pergunta aos seus leitores se aceitariampermanecer para o todo sempre ligados a um aparelho elétrico que lhesgarantisse constantes ―choques de prazer‖, e responde por eles, quecertamente não trocariam a ―vida vivida‖, com seus inevitáveis perigos dedor e de morte, por essa garantia de prazer corporal perene. (LA TAILLE,2006, p. 39).Essa questão parece ser uma das prioridades desse século, principalmentepara os jovens e adolescentes. Estão preocupados em busca de prazerespassageiros, de sentir prazeres intensos e de não buscar dar sentidos às suas vidas.Por isso, ouvimos tanto por parte dos professores que nada faz sentido para osadolescentes/jovens, que não têm interesse por nada.Sendo assim, a dúvida do plano ético é: ―que vida quero viver‖? Tal perguntaleva a outro questionamento: ―quem eu quero ser‖? ―Não é possível pensar no
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